Segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Deputado federal que fez greve de fome para não ser cassado inicia processo de reintrodução alimentar

Após permanecer oito dias em greve de fome, ingerindo apenas água, soro e bebidas isotônicas, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) iniciou o delicado processo de reintrodução alimentar. A nova fase exige cuidados específicos, já que longos períodos sem ingestão de alimentos sólidos podem acarretar complicações como atrofia muscular, perda de massa corporal e desequilíbrio severo de nutrientes no organismo. De acordo com sua assessoria, o parlamentar passou o domingo de Páscoa ainda em recuperação, mas ao lado da família, em um momento reservado e emocionalmente importante para sua retomada.

Neste estágio inicial, Glauber tem seguido uma dieta leve e cuidadosamente monitorada. Os primeiros alimentos reintroduzidos foram caldos e sopas de legumes, com baixo teor de gordura e de fácil digestão. Progressivamente, ele começou a consumir alimentos pastosos, como purês, e sólidos leves, como arroz e frango desfiado. Produtos ultraprocessados, doces, frituras e alimentos ricos em gordura ou açúcar permanecem terminantemente proibidos durante essa fase de transição.

“A alimentação tem que ser lenta, com líquidos, pastoso e sólidos, bem aos poucos para não ocasionar estranhamento no sistema digestivo. Também há algum risco pela imunidade, então ele está usando o final de semana para descansar”, explicou sua esposa, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que tem acompanhado de perto a recuperação do marido.

Glauber segue em Brasília, onde continua sob observação médica. O acompanhamento, segundo sua equipe, é feito por meio de ligações e visitas pontuais, uma vez que o período mais sensível após um jejum prolongado costuma se estender por até dez dias após a retomada alimentar. Estima-se que o retorno completo à dieta habitual e a recuperação do peso perdido — mais de cinco quilos — possam levar várias semanas ou até meses.

A greve de fome teve início em 9 de abril e foi encerrada em 17 de abril, como forma de protesto contra o parecer aprovado pela Comissão de Ética da Câmara que recomenda a cassação de seu mandato. Durante os oito dias de jejum, Glauber permaneceu no Anexo 2 da Câmara dos Deputados, dormindo no local com apoio logístico da esposa, que providenciou colchão e cobertores.

O processo contra Glauber se refere ao episódio em que ele chutou o militante do MBL, Gabriel Costenaro, durante uma discussão acalorada em abril de 2024. O caso foi contido por policiais legislativos, que conduziram os envolvidos ao Departamento de Polícia Legislativa (Depol).

A greve foi encerrada após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), comprometer-se a não pautar o processo de cassação no plenário pelos próximos 60 dias. (Com informações do jornal O Globo)

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