Terça-feira, 09 de dezembro de 2025

Deputado Glauber Braga é retirado à força após tentar ocupar cadeira de presidente da Câmara

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) foi retirado à força da cadeira do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele ocupou o local nesta terça (9) em protesto contra a decisão de pautar o processo que pede a cassação de seu mandato por chutar um militante de direita que o perseguia na Casa.

A votação ocorrerá paralelamente à votação para decidir sobre a perda do mandato dos deputados Carla Zambelli (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foram condenados pela Justiça e estão foragidos.

“Há uma ofensiva em que o único mandato de fato atingido é o mandato que me foi conferido pelo povo do Rio de Janeiro”, afirmou Braga, enquanto presidia a sessão. Ramagem e Zambelli não estão participando das sessões por estarem fora do país –ela, presa na Itália, e ele, morando nos Estados Unidos.

O deputado ocupou a mesa de Motta durante a sessão, em protesto contra o presidente da Câmara. A polícia legislativa determinou a retirada dos jornalistas do plenário, enquanto negociava a saída de Braga da mesa diretora, para evitar imagens. Ele está acompanhado por outros parlamentares.

Glauber teve a recomendação da cassação do mandato aprovada pelo Conselho de Ética da Casa em abril por agressão a um militante do MBL (Movimento Brasil Livre). No mesmo dia, ele iniciou uma greve de fome só encerrada após compromisso de Motta de não pautar a votação do caso em plenário no primeiro semestre. Cabe ao plenário a última palavra a respeito da decisão do conselho.

O deputado disse que, no caso da agressão, se exaltou após o militante do MBL ofender a sua mãe, que estava em estágio avançado de Alzheimer e viria a morrer dias depois. Afirmou ainda ser vítima de perseguição política patrocinada nos bastidores pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que nega. Já o conselho de ética entendeu que ele quebrou o decoro parlamentar e recomendou a cassação.

O ato de Glauber está sendo comparado ao motim bolsonarista, que tomou conta da Mesa Diretora no início de agosto.

Braga afirmou que nunca viu “cortarem a TV Câmara para as pessoas não saberem o que está acontecendo no plenário”.

“Não ouvi falar de cortarem a TV Câmara para as pessoas não saberem o que está acontecendo no plenário. Só pedi ao Motta para ter 1% do tratamento comigo com aqueles que sequestraram a mesa diretora da Câmara”, disse, referindo-se ao motim bolsonarista de meses atrás.

“Queria ter uma fala preparada para esse momento, mas até o ultimo momento não vou estar lutando pelo meu mandato, mas para que eles não firam a democracia”, disse a jornalistas, que também foram impedidos de permanecer no plenário pela polícia.

No X, o presidente da Câmara, Hugo Motta, se pronunciou sobre o caso.

“Quando o deputado Glauber Braga ocupa a cadeira da Presidência da Câmara para impedir o andamento dos trabalhos, ele não desrespeita o presidente em exercício. Ele desrespeita a própria Câmara dos Deputados e o Poder Legislativo. Inclusive de forma reincidente, pois já havia ocupado uma comissão em greve de fome por mais de uma semana. O agrupamento que se diz defensor da democracia, mas agride o funcionamento das instituições, vive da mesma lógica dos extremistas que tanto critica. O extremismo não tem lado porque, para o extremista, só existe um lado: o dele. Temos que proteger a democracia do grito, do gesto autoritário, da intimidação travestida de ato político. Extremismos testam a democracia todos os dias. E todos os dias a democracia precisa ser defendida. Determinei também a apuração de possíveis excessos em relação à cobertura da imprensa”, escreveu.

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