Quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 26 de novembro de 2025
O deputado estadual Issur Koch (PP) apresentou, durante audiência pública na Universidade Feevale, um conjunto de propostas para o modelo de concessão do Bloco 1, que abrange a RS-239, uma das rodovias mais movimentadas e estratégicas do Rio Grande do Sul.
Em 2021, o deputado manifestou publicamente oposição ao modelo de pedágios apresentado à época, inclusive, instalando outdoors nas principais rodovias como forma de alerta à população.
“Meu posicionamento segue o mesmo: o projeto, como foi construído, não atende aos interesses das pessoas nem das cidades da região”, afirma.
O que deve constar no edital do Bloco 1, segundo Issur
Issur reforça que a concessão precisa prever investimentos que há anos impactam o desenvolvimento regional, entre eles:
– Duplicação do trecho Taquara–Rolante, obra parada desde 2018;
– Continuidade do asfaltamento Riozinho–Maquiné (Rota Natur), integrando Serra, Litoral, Vales do Sinos e Paranhana;
– Inclusão de ciclovias nas rodovias estaduais — medida que Issur defende e que está prevista em seu Projeto de Lei 132/2021.
“Os Vales do Paranhana e Sinos estão entre as regiões que mais utilizam bicicleta para deslocamento ao trabalho. O projeto não pode ignorar essa realidade”, ressalta.
Propostas de Modernização Tarifária para o Bloco 1
– Retornos gratuitos em até 1 hora – modelo utilizado no Chile inspirado em soluções adotadas na Rota 78, que liga Santiago a San Antonio. O parlamentar propõe a isenção de cobrança em retornos realizados em até 1 hora.
– Tarifas reduzidas fora dos horários de pico – adoção de tarifa diferenciada conforme o fluxo da rodovia, com descontos automáticos após as 20h, na madrugada, e entre 10h e 16h. A medida já é utilizada em vários países e não compromete a receita de investimentos da concessionária.
– Criação de um teto máximo de tarifa – mesmo no modelo proporcional por quilômetro, o deputado defende que exista limite de cobrança por viagem, protegendo o usuário de valores abusivos.
– Descontos automáticos para moradores e trabalhadores da região – a medida garante justiça tarifária e reduz o impacto econômico para quem utiliza a rodovia diariamente para trabalhar.
Custo por quilômetro em São Paulo
Issur lembra que o free flow implementado no estado de São Paulo cobra R$ 0,15 por km rodado, parâmetro que demonstra a viabilidade de modelos mais equilibrados. “Hoje, a tarifa que temos com o pedágio na RS-239 entre Estância Velha e Taquara é de R$ 0,08 por quilômetro rodado. Em São Paulo, é R$ 0,15. Agora, o governo propõe R$ 0,21 por km rodado. Nossa região não suporta este custo”, disse.