Sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Deputado Sóstenes diz que R$ 430 mil em dinheiro vivo achados pela Polícia Federal vieram da venda de um imóvel: “Com a correria, não fiz o depósito”

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que os R$ 430 mil em dinheiro vivo encontrados pela Polícia Federal em operação nesta manhã são fruto da venda um imóvel. Segundo ele, o valor não foi depositado em função da “correria”.

“O valor encontrado é oriundo de contrato limpo, venda de um imóvel. Quem quer viver de dinheiro de currupção não mantém dinheiro lacrado. É dinheiro lícito”, disse Sóstenes. “Eu vendi um imóvel e recebi em dinheiro lacrado, é declarado em meu Imposto de Renda. Eu recebi o dinheiro recentemente e, com a correria do trabalho, acabei não fazendo o depósito.”

O valor foi encontrado dentro de um saco de lixo no armário do flat alugado pelo parlamentar em Brasília.

Questionado sobre a operação de venda do imóvel, ele não deu detalhes e disse que prestará as informações nos autos. Ao Tribunal Superior Eleitoral, ele informou em 2022 ter R$ 4.926,76 de patrimônio, divididos entre duas contas bancárias.

O deputado também negou irregularidades no uso da cota parlamentar. A PF suspeita de um esquema de desvios das verbas mediante contratos para alugar veículos via gabinete da Câmara dos Deputados.

“Querem pegar um carro alugado e um dinheiro de imóvel para desviar o foco da população. Eu vou até o fim, eu não temo investigações. Estão dizendo que lavo dinheiro de um contrato de R$ 4.500. Poderiam ver as câmeras da Câmara. O carro tem dois anos de uso, e sempre esteve aqui, sendo filmado. Flávio Dino, está tudo à sua disposição”, afirmou o líder do PL. “Essa investigação quer perseguir a oposição.”

O deputado mora em um complexo de hotéis e escritórios ao lado da sede do PL e ao posto da Torre, que ficou conhecido por dar nome à Operação Lava-Jato.

Além de Sóstenes, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) também é alvo de mandados de busca e apreensão. Ao todo, a PF cumpre sete ordens judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Distrito Federal e no estado do Rio de Janeiro.

Segundo a investigação, “agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio e posterior ocultação de verba pública”. A apuração aponta que os recursos desviados eram repassados a empresas de fachada e, posteriormente, submetidos a mecanismos de lavagem de dinheiro. Assessores dos dois parlamentares teriam movimentado milhões de reais.

A investigação apura os possíveis crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Nas redes sociais, Jordy afirmou que é alvo de uma “perseguição implacável” e de “pesca probatória”. Em entrevista, ele acrescentou que “não cabe ao parlamentar fiscalizar a frota ou a estrutura interna da empresa contratada, mas sim contratar o serviço mais eficiente e pelo menor custo, como sempre fiz”. Sóstenes foi procurado, mas ainda não se manifestou.

Em dezembro do ano passado, a PF já havia realizado uma operação de busca e apreensão em endereços ligados a assessores dos deputados. A ação investigava o desvio de cota parlamentar por meio de contratos falsos com locadoras de veículos. A operação foi batizada de “Rent a Car”, em referência ao suposto esquema, no qual uma empresa de locação era utilizada para simular a prestação de serviços.

De acordo com os investigadores, agentes públicos e empresários teriam firmado um “acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares” a partir desses contratos.

(Com O Globo)

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