Quinta-feira, 09 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 8 de outubro de 2025
Ao abordar a reforma administrativa durante um evento realizado no Rio de Janeiro, o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), que atua como coordenador do grupo de trabalho responsável pelo tema e é também o relator da proposta, ressaltou a delicada situação pela qual passa a Câmara dos Deputados. Ele afirmou que a instituição “está muito machucada e os deputados estão com os nervos à flor da pele”. Esse comentário foi feito em resposta a uma pergunta da plateia sobre as perspectivas de aprovação da proposta, que foi entregue recentemente pelo grupo de trabalho.
O parlamentar destacou a tensão interna existente no Legislativo: “A Câmara está muito machucada, os deputados estão com os nervos à flor da pele. O deputado não quer colocar a digital em nada que signifique… em nenhum projeto sem a percepção plena de que aquilo é bom. Não querem nenhum hater na rede social”, declarou Pedro Paulo, referindo-se ao cuidado dos deputados em evitar desgastes políticos ou contestações nas redes sociais.
Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade a proposta de reforma do Imposto de Renda, um resultado obtido mesmo após as manifestações populares em diversas cidades do País, que ocorreram no dia 21 de setembro, contra a chamada PEC da Blindagem. Essa aprovação indicou um momento de atenção e sensibilidade por parte dos parlamentares frente às demandas sociais e econômicas.
Pedro Paulo ressaltou que os deputados estão, de fato, sensibilizados em relação à reforma administrativa, mas que há um esforço contínuo de esclarecimento e orientação para explicar os cerca de 70 pontos diferentes que compõem a proposta. Segundo ele, muitos parlamentares ainda têm dúvidas sobre o conteúdo e as implicações do texto, o que torna necessário um período de debate e convencimento para avançar na coleta de assinaturas favoráveis à aprovação do projeto.
Entre as medidas contidas na proposta, o deputado destacou o estabelecimento de um teto remuneratório para estatais que não são dependentes da União e que também não possuem caráter financeiro. Ele mencionou que há um grupo formado por cerca de 20 estatais, incluindo os Correios, para as quais se pretende fixar limites nos salários pagos. “Um gerente do Correios pode chegar a ganhar o mesmo que o ministro da Comunicação. Isso não faz sentido”, argumentou Pedro Paulo, apontando para a necessidade de ajustar essa disparidade. (Com informações do Valor Econômico)