Segunda-feira, 07 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 6 de julho de 2025
Se a alimentação do seu filho parece se resumir a cereal matinal, nuggets de frango e lanches que sobreviveriam a um apocalipse, você não está sozinho. Alimentos ultraprocessados são a escolha preferida de muitas crianças e, em alguns casos, são os únicos alimentos que elas aceitam comer. Entenda por que isso acontece, e o que você pode fazer a respeito.
Alimentos processados são aqueles que passaram por algum tipo de alteração em relação ao seu estado natural.
Embora alguns processos sejam benéficos, como a pasteurização do leite para eliminar bactérias, o que preocupa pais e especialistas são os alimentos ultraprocessados. Eles passam por métodos industriais que intensificam sabor, textura e prazo de validade por meio da adição de açúcar, sal, gorduras, corantes, aromatizantes e conservantes artificiais.
Os pais conhecem bem alguns desses alimentos: são os fast foods e guloseimas que as crianças adoram. Mas outros se disfarçam de opções saudáveis, como iogurtes aromatizados e bolinhos industrializados.
Esses produtos oferecem pouco ou nenhum valor nutricional, motivo pelo qual as diretrizes alimentares recomendam restringi-los. Mesmo assim, esses “alimentos ocasionais” representam cerca de um terço da ingestão calórica diária de crianças australianas.
— O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados está associado a diversos impactos negativos:
* Deficiências nutricionais: quando esses alimentos substituem frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras, a alimentação fica pobre em fibras e nutrientes essenciais ao crescimento e desenvolvimento;
* Obesidade infantil: esses produtos são altamente calóricos, ricos em açúcares, sal e gorduras, e geralmente não têm controle de porções, o que favorece o consumo excessivo;
* Doenças crônicas: a ingestão contínua desses alimentos está ligada ao aumento do risco de doenças como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e câncer.
— Dicas baseadas na ciência para melhorar os hábitos alimentares das crianças
* Comam juntos
Refeições em família são uma oportunidade para demonstrar bons hábitos alimentares. Sente-se à mesa, compartilhe a mesma refeição e mantenha os aparelhos eletrônicos afastados.
* Introduza novos alimentos com paciência
Pesquisas mostram que são necessárias de 8 a 10 exposições a um novo alimento antes que a criança aceite experimentá-lo. Ofereça regularmente, incentive a provar, mas sem pressionar.
Evite oferecer sobremesas como recompensa por comer algo saudável: isso só aumenta a preferência por alimentos menos nutritivos.
* Varie receitas favoritas da família
Crianças estão mais dispostas a experimentar algo novo quando o prato tem elementos familiares. Tente trocar ingredientes: use lentilhas no lugar da carne moída no molho bolonhesa ou asse cenouras para criar “batatinhas laranjas”. Ralar vegetais e misturá-los ao molho também ajuda.
* Torne a comida divertida
Apresente os alimentos de forma lúdica: varie cores, texturas e formatos no prato. Mudar o local da refeição — como fazer um piquenique — também pode tornar a experiência mais divertida e especial.
* Inclua as crianças no preparo
Crianças que ajudam a cozinhar tendem a se interessar mais pelos alimentos saudáveis. Deixe que escolham receitas e realizem tarefas adequadas à idade, como misturar ou picar. Participar da preparação aumenta o orgulho e a chance de provarem o que ajudaram a fazer.