Terça-feira, 29 de abril de 2025

Desmatamento anual na Amazônia cai 11%

Responsável por acompanhar a situação ambiental na chamada “Amazônia Legal” (área que engloba nove Estados brasileiros), o Projeto de Monitoramento do Desmatamento por Satélite (Prodes) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que a devastação florestal na região caiu 11% entre 2021 e o ano passado.

A destruição no espaço compreendido por partes do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão baixou de 13.038 para 11.568 quilômetros-quadrados no período.

Dentre os Estados com maior índice de floresta colocada abaixo, o Pará tem 4.141 quilômetros-quadrados de área com esse perfil – no acumulado desde o início do monitoramento, em 1988, isso significa 34,61%. Mas o índice de desmatamento em um ano também registrou queda, de 21%.

Outros Estados também registraram redução. O maior deles foi no Amapá, que saiu de 17 para 6 quilômetros-quadrados de área. Em Tocantins, o registro baixou de 37 para 27 quilômetros-quadrados de área desmatada, o equivalente a uma diminuição de 27%.

Já em Roraima, diminuiu de 315 para 240 quilômetros-quadrados, ou -24%. O Amazonas, segunda unidade federativa da Amazônia Legal com maior área desmatada (2.607 quilômetros-quadrados no total de 2020), aumentou em 13% — o único Estado que registrou crescimento nesse item.

As taxas são disponibilizadas anualmente, sendo os primeiros (cerca de 50% do processamento) entregues no mês de dezembro, a partir dos incrementos das imagens de satélite que identificam o desmatamento nos oito Estados brasileiros.

Em 2009, foi estipulada no Plano Nacional sobre Mudança do Clima do Brasil a meta de redução do desmatamento para 2020 em 3.925 quilômetros-quadrados. Porém, a realidade é que se tem hoje um desmatamento três vezes maior que o combinado no plano.

Compromisso com redução

A área devastada em 2022 na Amazônia é 48,2% mais alta que a média observada nos últimos dez anos no bioma. Raul do Valle, especialista em Políticas Públicas da World Wide Fund for Nature Brasil (WWF Brasil), chama a atenção para o desmonte do sistema de proteção ambiental que ocorreu durante o governode Jair Bolsonaro (PL).

“Isso poderá ocasionar a aproximação de um ponto de não-retorno, ou seja, quando a floresta perde a capacidade de prover os serviços ecossistêmicos”, avalia.

Ele acrescenta: “O novo governo precisa emitir um sinal claro de que nenhum desmatamento será tolerado e reconstruir todo o arcabouço de proteção que foi destruído. Esse caminho é vital para que o Brasil garanta sua segurança climática e retome seu papel de liderança nas questões ambientais, no cenário internacional”.

Marcelo Furtado, membro da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, relembra que esse combate não precisa ser inventado, pois já existem políticas públicas que, ao serem implementadas, podem conter significativamente o desmatamento.

Além da Presidência da República, a atenção deve se voltar também para as decisões que sairão do Congresso Nacional. Furtado finaliza: “É um tiro no pé. Quem mais sai prejudicado é o cidadão brasileiro, que perde o seu patrimônio ambiental, e o meio ambiente, que perde sua capacidade de gerar água e controle climático. E, obviamente, a economia, pelo impacto à produção agrícola e geração de energia”.

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