Por Redação do Jornal O Sul | 10 de maio de 2025
Em um país onde 30% das mulheres deixam o emprego após a maternidade — frente a apenas 7% dos homens, segundo dados da Catho —, a busca por alternativas que conciliem o cuidado com os filhos e a independência financeira é cada vez mais necessária. No universo do entretenimento adulto digital, mulheres encontram formas de manter suas carreiras, ao mesmo tempo em que preservam seu papel de mães, demonstrando que é possível equilibrar essas duas facetas da vida sem abrir mão de quem são.
Plataformas como o Camera Prive, que reúnem mulheres autônomas com diferentes perfis, oferecem flexibilidade para essas mulheres que buscam liberdade financeira e pessoal. A rotina, embora desafiadora, tem um grande significado. Praieira, uma camgirl que retornou ao trabalho apenas sete dias após uma cesariana, compartilha sua experiência: “Tem dias que são estressantes, especialmente porque preciso me desconectar da maternidade para estar bem no trabalho. Mas no final do dia, a sensação é de dever cumprido.”
A flexibilidade de horário é um dos maiores atrativos para muitas dessas mulheres. “A possibilidade de passar mais tempo com minha filha e manejar os horários foi o que mais impactou minha vida”, afirma Emme White, que está no setor há mais de dez anos. Ela enfatiza os benefícios de sua escolha de carreira, como poder oferecer à filha uma boa educação, cursos e momentos de lazer.
Para Lady Milf, o trabalho trouxe não só autonomia, mas uma reconexão com o que realmente importa: “Me vi sendo a minha maior vilã como autônoma. Queria bater metas, mas estava abrindo mão do tempo com meus filhos. Aprendi a me organizar para equilibrar o trabalho e o que realmente vale a pena.”
Essas mulheres não apenas encontram uma fonte de renda nas plataformas, mas também um meio de fortalecer sua autoestima, garantir segurança financeira e viver com liberdade. Anita Sweet, que começou sua carreira aos 40 anos, compartilha: “Comecei cheia de inseguranças. Hoje minha autoestima está muito melhor. Consegui sair do aluguel, construir minha casa e comprar um carro novo.”
Obstáculos
Apesar de todos os benefícios, o preconceito ainda persiste. “As pessoas sempre vão julgar. O que importa é o que você está construindo para os seus filhos. Eu dou a eles tudo o que nunca tive”, afirma Lady Milf. Emme White complementa: “As pessoas acham que eu penso em sexo 24 horas. Mas também limpo a casa, ajudo nas tarefas, levo aos médicos, como qualquer outra mãe.”
Mesmo com os estigmas, elas seguem firmes em suas jornadas, construindo histórias de inspiração. “O maior terror de uma mãe numa entrevista de emprego é responder com quem vai deixar os filhos. O camming foi o equilíbrio perfeito para mim”, reforça Lady Milf. Praieira sintetiza o sentimento: “Me orgulho da minha independência. De me sentir desejada, valorizada — e de poder oferecer tudo isso ao meu filho.”
Em um mundo onde ainda se exige das mulheres uma perfeição inalcançável, essas mães mostram que a verdadeira força está em ser quem se é — por inteiro. “Não viva para agradar os outros. Vá em busca dos seus próprios objetivos. Sempre haverá pedras no caminho, mas você escolhe como vai encará-las”, conclui Lady Milf.
