Quarta-feira, 15 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 15 de outubro de 2025
Neste Dia dos Professores, é importante refletirmos sobre o papel dos docentes e das instituições de ensino, no Brasil atual, onde universidades têm se tornado, em alguns casos, espaços de militância política e de intolerância ideológica.
As universidades deveriam ser espaços de debates de ideias – ou think tanks – sem perder o conteúdo e os limites de uma – salutar – discordância acadêmica. Sem o atual relativismo moral. Sem o viés político. Deveriam respeitar a individualidade e o livre pensar, por se tratarem de espaços de convivência e de formação coletiva. E, muito menos, não poderiam ser espaço de prática da violência, como o caso recente da Universidade Estadual Paulista – Unesp, onde um professor foi agredido física e verbalmente por alunos por expor suas ideias, dentro da liberdade de cátedra. Outro exemplo absurdo de estímulo à violência, aí no ambiente escolar, foi o do sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo – Apeoesp que sediou evento “em comemoração” aos dois anos do ataque grupo terrorista Hamas a Israel.
Inadmissível é o controle político das universidades por grupos ideológicos. No país do processo não isonômico de ingresso às universidades públicas, ao prever cotas para grupos ideológicos, o mérito e o conhecimento vem sendo desprestigiados e o que importa é ser militante de movimentos sociais de esquerda, como o MST, cujos integrantes têm sido privilegiados em editais de universidades públicas, mantidas com os recursos dos contribuintes, como a Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IF, da Paraíba, a Universidade Federal do Maranhão, a Universidade Federal do do Espírito Santo, entre outras.
Tal controle político-ideológico das instituições de ensino foi legado de Antonio Gramsci e da Escola de Frankfurt, segundo lembra Gustavo Lopes, em Guerra Cultural na Prática (São Paulo: Faro Editorial, 2023), quando os professores foram estimulados a se tornar canais de manipulação da verdade como estratégia de poder para governos totalitários, sem dar espaço para a difusão de conteúdos verdadeiramente democráticos e liberais.
E o papel do docente independente, nesse contexto? O professor que não se enquadra nesse viés ideológico, precisa estar muito bem preparado para expor suas ideias e transmitir conhecimento de uma forma competente e segura. Eu escolhi a docência depois dos 50 anos justamente para poder me preparar para essa missão, após ter o reconhecimento profissional na minha área.
Sim, a docência é uma missão e não é uma atividade de mero repassar de conteúdo. É um transmitir de experiências e ideias, com uma força poderosa junto aos alunos, mas que deveria vir com o equilíbrio da maturidade, com toda uma formação acadêmica e profissional, e não com a assimilação de conteúdo instantâneo. E muito menos, com a assimilação e transmissão de doutrinação ideológica. Muitas vezes desvalorizada – e, agora, arriscada – a docência é uma profissão que deveria reconhecer o notório saber e o mérito, construídos com esforço e ao longo de anos.
No nobre exercício da docência não devem existir atalhos, que desvalorizem o conteúdo e a posição equilibrada, em prol da narrativa tendenciosa e em detrimento da verdade. Universidades públicas ou privadas são celeiros de cidadãos e de profissionais que constroem o dia a dia do país. Não de militantes. E é preciso que se assegure um ambiente verdadeiramente democrático e isonômico para que as ideias e os conteúdos de qualidade possam emergir.