Domingo, 14 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 5 de outubro de 2023
Técnicos do Ministério da Fazenda estimam um prejuízo de R$ 500 milhões com a volta do imposto federal zerado sobre o óleo diesel, a partir do mês de outubro. O aumento do combustível bancaria os gastos com o programa de descontos para carros populares, editado pelo governo em junho deste ano. A medida provisória (MP) que criou o programa e elevou o imposto sobre diesel perdeu a validade na última terça-feira (3).
O programa de carros populares incentivou a indústria automotiva a dar descontos para os consumidores, por meio de benefícios tributários concedidos pelo governo federal. A concessão das isenções e créditos de impostos para o setor gerou um custo de aproximadamente R$ 1,8 bilhão.
Para bancar o incentivo ao consumo, o governo interrompeu a medida de desoneração do diesel que estava em vigor desde janeiro e teria validade até dezembro de 2023. A reoneração do combustível passou a valer em setembro, com a cobrança de PIS/Cofins de R$ 0,11 por litro.
Ao longo do mês de setembro, o Ministério da Fazenda conseguiu arrecadar R$ 600 milhões. Mas a cobrança foi interrompida nesta semana, com o fim da MP, que não foi apreciada pelo Congresso Nacional. O diesel voltou, então, a ter cobrança zero de Pis/Cofins até o dia 31 de dezembro.
Com isso, sobrariam R$ 1,2 bilhões de gastos com o programa para os cofres do Tesouro Nacional bancar, mas R$ 700 milhões acabaram não sendo utilizados. Dessa forma, ficaram R$ 500 milhões de prejuízo para ser arcado pelo governo. A Fazenda ainda não consegue detalhar de onde o dinheiro será retirado.
Fim da desoneração
A política de desoneração do diesel teve início em meados de 2022, em meio a tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prorrogou a medida no início deste ano para evitar desgastes políticos.
A volta do imposto sobre o combustível está prevista para janeiro e a Fazenda não pretende esticar ainda mais o benefício.