Sábado, 28 de junho de 2025

Dinheiro liberado por ministério de Damares Alves para ONGs foi parar em empresas de fachada e laranjas

O antigo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado pela então ministra e hoje senadora Damares Alves (Republicanos-DF), bancou duas ONGs envolvidas num esquema de direcionamento de recursos públicos, contratações irregulares e falsificação de documentos.

O dinheiro repassado pelo ministério deveria ser usado na formação profissional de adolescentes e mulheres presidiárias e vítimas de violência, mas foi parar em empresas de fachada, cujos sócios são laranjas. Uma das organizações beneficiadas é ligada a um ex-deputado federal do Rio de Janeiro que já foi chamado de “amigo” e “pidão” por Damares.

Os desvios foram apontados em relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), que analisou quatro parcerias feitas nos primeiros anos de governo Bolsonaro entre o Ministério e as ONGs Instituto de Desenvolvimento Social e Humano do Brasil (IDSH) e Instituto Nacional de Desenvolvimento Humano (Inadh). O prejuízo é de, pelo menos, R$ 2,5 milhões aos cofres públicos.

O valor, no entanto, pode ser maior ainda, uma vez que a auditoria se limitou a uma parte dos convênios. As duas organizações acumulam mais de R$ 30 milhões em verbas públicas federais, segundo dados do Portal da Transparência.

A senadora informou, por intermédio de sua assessoria, que foi sua gestão quem levou o caso à CGU. “Tal solicitação de auditoria foi realizada no dia 11 de fevereiro de 2022, por meio de ofício, diante de fortes indícios de irregularidades detectados por ocasião de análise e mapeamento de riscos”, diz nota de Damares. A senadora informou ainda que uma das ONGs foi cobrada e teve que devolver R$ 1,1 milhão. A senadora disse desconhecer quem são os dois das duas entidades.

O relatório da CGU aponta que a gestão de Damares não sanou todas as irregularidades e ainda liberou recursos após serem apontadas as falhas.

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