Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Diretor confirma que Prevent Senior mudava ficha de pacientes para retirar menção à Covid

O diretor-executivo da Prevent Senior Pedro Benedito Batista Júnior admitiu durante a CPI da Covid que os médicos da rede foram orientados a alterar o código de diagnóstico (CID) dos pacientes de Covid-19. Segundo ele, o procedimento era realizado para “tirar os pacientes de um isolamento”.

Integrantes da CPI acusam a Prevent Senior de subnotificação do número de pacientes diagnosticados com o novo coronavírus. Durante depoimento de Batista, o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), exibiu uma mensagem privada de um funcionário da operadora que mencionava uma alteração da Classificação Estatística Internacional de Doenças, mais conhecida como CID, de pessoas que estavam com Covid.

No texto, o profissional afirmava que após 14 dias do início dos sintomas do paciente, ou 21 dias no caso de pessoas com passagem em UTI, a CID deveria ser modificada para “qualquer outro”. “Para que possamos identificar os pacientes que já não tem mais necessidade de isolamento”, dizia a mensagem.

O diretor-executivo da Prevent justificou o aviso afirmando que a mudança se dava em razão de os pacientes não precisarem mais de isolamento.

A resposta, no entanto, irritou membros da CPI, que reclamaram da explicação dada por Batista. “O senhor não tem condição de ser médico com a desonestidade que o senhor fez agora. Modificar o código de uma doença é um crime”, afirmou o senador Otto Alencar (PSD-BA). Para integrantes da CPI, a estratégia de modificação da CID era uma forma de subnotificar os casos de covid. “Essas pessoas que morreram, morreram de complicações de que? De Covid. Então é Covid. Isso é uma fraude”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE).

Ao fim da sessão, Batista foi questionado novamente pela senadora Zenaide Maia (PROS-RN), ao que defendeu a ação da operadora.

“Os médicos são orientados para acompanhar seus pacientes para tirá-los de isolamento e poderem mudar o motivo da internação administrativamente. Administrativamente eles podem mudar o CID para tirar o paciente de um isolamento. E é um médico que está atendendo o paciente, e não um médico que não está atendendo o paciente que invade o prontuário, altera dados e extrai esse dado para expor o paciente e seus familiares, isso é crime”, disse, referindo-se ao dossiê apresentado por antigos médicos da operadora com denúncias à CPI.

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