Sexta-feira, 06 de junho de 2025

Diretor da Quaest vê cansaço com a polarização entre Lula e Bolsonaro

De um lado, 66% dos entrevistados pela nova pesquisa Quaest acreditam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deveria ser candidato à reeleição em 2026. Do outro, 65% dizem que o ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo estando inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também deveria abrir mão de uma nova candidatura e apoiar outro nome da direita.

“Há um outro recado claro nessa pesquisa: o cansaço da polarização Lula x Bolsonaro”, avalia Felipe Nunes, diretor da Quaest, responsável pelo levantamento divulgado nessa quinta-feira (5). Segundo ele, os números evidenciam que uma parcela significativa do eleitorado está saturada da disputa direta entre os dois principais polos políticos que dominaram as últimas eleições presidenciais no Brasil.

A pesquisa aponta que Lula aparece tecnicamente empatado com Bolsonaro e com outros quatro possíveis candidatos em cenários simulados de segundo turno para as eleições de 2026. Os nomes com desempenho equivalente ao do atual presidente são:

* Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

* Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo;

* Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama;

* Ratinho Jr., governador do Paraná;

* Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul.

“O recado aqui é claro. Pela primeira vez, a rejeição ao governo está se transformando em rejeição eleitoral a Lula, alavancando as candidaturas dos potenciais herdeiros de Bolsonaro. Todos aparecem crescendo ou já empatados dentro da margem de erro com Lula”, afirma Felipe Nunes.

Para o diretor da Quaest, o crescimento dos nomes apontados como alternativas a Bolsonaro está diretamente ligado ao aumento de sua visibilidade e do conhecimento público sobre essas figuras. Tarcísio de Freitas, por exemplo, teve uma queda no índice de desconhecimento de 45% para 39% nos últimos cinco meses. O mesmo ocorreu com outros governadores: Ronaldo Caiado passou de 68% para 62% (-6), Ratinho Jr. de 51% para 48% (-3) e Romeu Zema de 62% para 60% (-2).

Além da crescente familiaridade com esses nomes, outro fator decisivo, segundo Nunes, é a rejeição consolidada aos dois polos principais da política brasileira: o petismo e o bolsonarismo. “Há também uma rejeição consolidada dos dois polos. Só de ser o anti-Lula o candidato já tem potencial de 40%. Assim como o candidato anti-Bolsonaro tende a ter potencial de 45%. O medo de que o outro lado vença força uma escolha pela rejeição”, conclui.

 

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