Sexta-feira, 03 de outubro de 2025

Do partido de Bolsonaro ao Centrão: deputados consideram cassação de Glauber Braga exagero

Deputados do PL e do Centrão avaliam a cassação de Glauber Braga como “exagero”, mas consideram a punição “inevitável”. De forma reservada, muitos parlamentares afirmaram que o psolista “despertou a ira de Arthur Lira”. O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nessa semana, por 13 votos a 5, a cassação do deputado do PSol do Rio de Janeiro.

O deputado enfrenta um processo disciplinar no Conselho de Ética da Câmara, porque, em abril de 2024, ele expulsou, com chutes e empurrões, um manifestante do grupo de direita Movimento Brasil Livre (MBL).

O PSol vem tentando um acordo com o PL e partidos do Centrão para impedir a cassação de Glauber. O deputado irá recorrer da decisão do Conselho de Ética na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Caso a CCJ aprove o recurso, o processo voltará ao Conselho de Ética e um novo relator será sorteado. O processo de cassação, portanto, seria reiniciado. Se a CCJ rejeitar o recurso, o parecer pela cassação será votado no plenário da Câmara dos Deputados.

Glauber, no entanto, atribui a uma articulação do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) o movimento para cassar seu mandato por denúncias apresentadas da tribuna contra o Orçamento Secreto. Durante o julgamento da cassação, Glauber chamou Lira de “bandido” por diversas vezes. Ele chegou a declarar no plenário que Lira usava o Conselho de Ética para o intimidá-lo.

Na quarta-feira, ao anunciar a greve de fome, o deputado afirmou que não “perderia para Arthur Lira” e prometeu levar a “disputa política até o limite”.

A perda de mandato de Braga deve ser votada antes da de seu colega de Câmara, Chiquinho Brazão, acusado de planejar a morte de Marielle Franco. O parecer pela sua cassação, aprovado no Conselho de Ética em setembro de 2024, está parado há 213 dias na Câmara e Hugo Motta já avisou que não tem prazo para colocar em pauta.

Greve de fome

A equipe do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) informou nesse sábado (12) que o parlamentar tem sinais vitais estáveis, apesar das 84 horas em jejum.

O deputado está dormindo em um dos plenários da Câmara desde quarta-feira (9), quando o Conselho de Ética da Casa aprovou um relatório que recomendou a cassação do seu mandato. A palavra final sobre a cassação cabe ao plenário.

Em protesto, Glauber anunciou que faria uma greve de fome e não deixaria as dependências da Câmara até a votação final do seu processo.

Segundo a assessoria do parlamentar, ele está mantendo hidratação adequada, conforme orientações a equipe médica que o acompanha. Os médicos têm feito duas visitas por dia ao deputado.

“Glauber apresentou sinais vitais estáveis, pressão arterial dentro de parâmetros de referência e pulsos vigorosos. No geral, está em bom estado, apesar de algum abatimento, o que certamente se explica pelo seu jejum, ainda que seu brio seja indiscutível”, afirmou o médico Bernardo O. Ramos, um dos responsáveis pelo atendimento.

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