Sábado, 31 de maio de 2025

Dólar e Bolsa brasileira fecham em baixa em meio a discussões sobre IOF e retorno de tarifas de Trump

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, fechou essa quinta-feira (29) com queda de 0,25%, aos 138.533,70 pontos, uma perda de 354,11 pontos. Já o dólar comercial perdeu terreno frente ao real e caiu 0,50%, a R$ 5,66, devolvendo os ganhos do dia anterior. E os DIs (juros futuros) também terminaram mistos.

A falta de rumo e de sabor dessa quinta teve seus motivos. Se por um lado, o mercado poderia se empolgar com os números de Nvidia, que surpreenderam positivamente, houve mais preocupação com a decisão da Justiça dos EUA de suspender o tarifaço do governo Trump. Isso porque, como resumiu o presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbee, a decisão “pode aumentar ainda mais a incerteza”.

Para Brian Jacobsen, economista-chefe da Annex Wealth Management, “a decisão do tribunal de derrubar as tarifas de Trump é mais do que apenas um leve obstáculo. Embora o presidente Trump possa recorrer da decisão ou tentar contorná-la, essas opções são limitadas e podem acabar dando o mesmo resultado. Os mercados de ações gostaram da decisão”, declarou à Reuters.

Mais ou menos: as bolsas dos EUA até começaram o dia com altas consistentes, mas depois o ânimo foi murchando até os principais índices em Nova York fecharem apenas com altas leves. Na Europa, queda. Culpa da incerteza.

Incerteza que já vem minguando o ritmo econômico dos EUA. Os lucros corporativos dos EUA diminuíram com força no 1T25. A segunda parcial do PIB desse primeiro trimestre mostra que a economia norte-americana realmente encolheu (menos 0,3% na primeira leitura e menos 0,2% nessa). Ao mesmo tempo, a inflação PCE, de consumo pessoal, do trimestre, acelerou.

Entretanto, no final da sessão, um tribunal de apelação suspendeu a decisão de ontem da Justiça e as tarifas voltaram a valer até que o mérito seja julgado. Uma confusão.

O investidor se animou e se desanimou ao mesmo tempo, com todas essas notícias e ficou na dúvida se via o copo meio cheio, meio vazio, se bebia o que tinha dentro para afogar as mágoas ou se bebia para comemorar.

No Brasil, o cenário não foi diferente, o doce e o amargor vieram juntos. A novela do IOF deu o tom. De um lado, o Legislativo, com Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, passando recados e sugerindo soluções. “O país não aguenta mais aumento de impostos” e “o país chegou ao limite das isenções fiscais”, disse. Do outro, o governo busca alternativas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mesmo apoiado pelo presidente Lula, fala em “sofrimento” no cargo. O próprio Lula teve crise recente de labirintite e até o vice-presidente Geraldo Alckmin foi internado.

Por outro lado, os resultados seguem aparecendo. Tesouro Nacional informou que o governo central teve superávit primário de R$ 17,782 bilhões em abril. O crédito consignado privado aumentou 7,4% em abril com nova modalidade de empréstimo, e o estoque total de crédito subiu 0,7%. A pujança da economia brasileira acabou se refletindo no mercado de trabalho: desemprego ficou abaixo do esperado no tri até abril com recorde em carteira assinada. (Com informações do portal InfoMoney)

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