Terça-feira, 24 de junho de 2025

Dólar e Bolsa brasileira fecham em queda, com o conflito no Oriente Médio no radar

O dólar fechou em queda de 0,40% nessa segunda-feira (23), cotado a R$ 5,5026. Já o Ibovespa teve queda de 0,41%, aos 136.550 pontos. Os investidores avaliam os desdobramentos do conflito entre Israel e Irã no final de semana, quando os Estados Unidos atacaram três instalações nucleares iranianas. A entrada do país inicialmente aumentou a temperatura do conflito.

Em seguida, o Parlamento iraniano aprovou o bloqueio do Estreito de Ormuz em retaliação ao ataque americano. A rota marítima é a mais importante do mundo para o transporte do petróleo e a possibilidade de bloqueio pode pressionar os preços para cima e causar inflação no mundo.

Já nessa segunda, o Irã respondeu com ataques de mísseis balísticos contra a base aérea americana de Al-Udeid, no Catar, um dos principais centros militares dos EUA no Oriente Médio. Mas a interpretação do mercado é de que a resposta foi comedida e pode não evoluir.

O presidente dos EUA, Donald Trump anunciou que Israel e Irã chegaram a um acordo para um cessar-fogo. Segundo ele, o conflito será completamente encerrado a partir desta terça-feira (24).

Os agentes financeiros também se preocupam com o fim do prazo de suspensão do tarifaço imposto por Trump, que afetou mais de 180 países. Washington ainda busca concluir acordos com seus principais parceiros.

No Brasil, a agenda do dia estava vazia e todos aguardam a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada nesta terça. O mercado deve buscar por mais pistas sobre o futuro da taxa básica de juros, que chegou aos 15% ao ano, maior patamar em quase 20 anos.

No comunicado, divulgado após a decisão da semana passada, o Copom declarou que pretende interromper a elevação da Selic para observar seus impactos na economia, e que os juros devem seguir elevados por um período “bastante prolongado”.

Petróleo

A escalada do conflito entre Irã e Israel havia pressionado os preços do petróleo e os mercados globais. No entanto, a resposta controlada de Teerã trouxe alívio aos mercados e provocou queda nos preços da commodity.

Na avaliação de analistas, o ataque do Irã e a ausência de ações para interromper o tráfego de petroleiros no Estreito de Ormuz mostram que a commodity não será o alvo principal iraniano.

Juros e indicadores

Por fim, o mercado segue atento à agenda econômica da semana, com destaque para a ata da última reunião do Copom, prevista para esta terça. A expectativa é que o documento traga novos sinais sobre os próximos passos da taxa básica de juros.

Na última quarta-feira (18), o comitê elevou a Selic para 15% ao ano, o maior nível em quase duas décadas. Em julho de 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a taxa estava em 15,25% ao ano.

Juros mais altos desestimulam o consumo, pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda.

A ata será fundamental para revelar a percepção do BC sobre temas relevantes para a política monetária. Além dos efeitos do petróleo sobre a inflação, há incertezas quanto aos impactos da guerra tarifária de Trump nos preços e no câmbio.

O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global.

Nos Estados Unidos, as vendas de moradias usadas cresceram em maio, com alta de 0,8%, alcançando uma taxa anual ajustada sazonalmente de 4,03 milhões de unidades. Apesar disso, a tendência segue fraca devido às elevadas taxas de hipoteca.

Já a atividade empresarial norte-americana desacelerou em junho, mas os preços continuaram subindo, impulsionados pelas tarifas de Trump sobre produtos importados — o que sugere uma possível aceleração da inflação no segundo semestre.

Segundo o Índice de Gerentes de Compras (PMI) da S&P Global, os preços pagos pelas fábricas por insumos e cobrados pelos produtos finais atingiram o maior nível desde 2022.

Ao longo da semana, o mercado aguarda novos dados sobre atividade econômica, inflação e emprego, tanto no Brasil quanto nos EUA.

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