Sábado, 08 de novembro de 2025

Dólar passa de R$ 5,40 com investidores à espera de recessão

Investidores adotavam posturas menos pessimistas no fechamento dos mercados nesta quarta-feira (6), enquanto buscavam pistas na ata do Fed (Federal Reserve) sobre os riscos de uma recessão nos Estados Unidos. O banco central americano divulgou nesta tarde o relatório da reunião que, em 15 de junho, resultou a maior alta da taxa de juros no país desde 1994.

Bolsas internacionais que amanheceram negativas passavam a entregar ganhos. Apesar disso, no mercado de câmbio do Brasil, o dólar mantinha a alta contra o real.

Às 16h05, moeda americana era negociada com valorização de 0,57%, a R$ 5,4180, perto das cotações mais elevadas desde janeiro. Durante o pregão, a divisa chegou a saltar aos R$ 5,46.

“A alta do dólar é global e o motivo ainda é o mesmo [dos últimos dias]: o cenário de cautela generalizada em meio ao crescente risco de recessão”, comentou Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest.

Além da alta da divisa americana, o preço de referência do barril do petróleo bruto chegou a ser negociado abaixo de US$ 100 (R$ 555), patamar ao qual a commodity não é rebaixada na sua cotação de fechamento desde 11 de abril.

A commodity cai sempre que existe a expectativa de redução na demanda por energia, o que seria uma das consequências de uma crise na economia mundial.

Após a ata do Fed, porém, o barril do petróleo Brent estava cotado a US$ 100,48 (R$ 558,05). Ainda assim, caía 2,23%, após ter tombado 9,45% na véspera.

No Brasil, a queda da matéria-prima provocava uma baixa de 1,64% nas ações mais negociadas da Petrobras. Apesar disso, o índice de referência da Bolsa de Valores, o Ibovespa, tinha ligeira alta de 0,08%, a 98.379 pontos.

O mercado procura entender o quão agressivo o Fed será ao dar continuidade na elevação da sua taxa de juros.

Uma postura mais dura da autoridade no aperto ao crédito, necessário para frear a maior inflação em 40 anos nos Estados Unidos, poderá ampliar a percepção sobre o risco de forte desaceleração econômica global.

Na Bolsa de Nova York, o indicador S&P 500 subia 1,88%. O Dow Jones avançava 0,44%. O índice do setor de tecnologia, Nasdaq, saltava 3,34%.

Não é só a pressão do exterior que afeta os investimentos no Brasil. O mercado financeiro doméstico enfrenta riscos adicionais devido à postura do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, que vem adotando medidas para ampliar benefícios sociais ao custo do aumento dos gastos públicos.

Com um horizonte de forte desaceleração da economia global, investidores temem prejuízos à execução futura do Orçamento, pois há tendência de queda na arrecadação a partir do próximo ano. É o que analistas chamam de risco fiscal.

No centro das preocupações fiscais, neste momento, está a PEC (proposta de emenda à Constituição) que autoriza bilhões para caminhoneiros, taxistas e Auxílio Brasil em ano eleitoral, cujo relatório foi lido na comissão especial na noite desta terça-feira (5).

A expectativa é que a votação no colegiado ocorra na quinta-feira (7). Depois, o texto segue para plenário, onde precisa do apoio mínimo de 308 deputados, em votação em dois turnos.

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