Quarta-feira, 31 de dezembro de 2025

Dólar recua mais de 11% no ano e fecha abaixo dos R$ 5,50; Ibovespa sobe

O último pregão de 2025 aconteceu em um ritmo mais lento, típico do fim de ano. O dólar fechou em queda de 1,47% nesta terça-feira (30), cotado a R$ 5,4887. O movimento consolida a expectativa de uma queda superior a 10% da moeda americana em 2025.

Este foi o pior desempenho anual em quase uma década. A trajetória reflete apostas em novos cortes de juros pelo Federal Reserve, o banco central dos EUA, além de preocupações com o déficit das contas públicas e com a condução da economia pelo presidente Donald Trump.

O Ibovespa, por sua vez, abriu em alta na última sessão do ano e operava em alta na última hora do pregão. A bolsa deve encerrar 2025 com valorização superior a 33%, o maior ganho anual desde 2016 — mesmo com os juros no nível mais alto dos últimos 20 anos.

No caso da bolsa, o desempenho reflete a expectativa de cortes de juros nos EUA e no Brasil, a realocação de investimentos em favor de ativos brasileiros, a maior resiliência do país nas tensões comerciais com os EUA e a avaliação de que as ações brasileiras ainda são negociadas abaixo dos níveis pré-pandemia.

Nesta terça-feira, em específico, os investidores acompanham com atenção a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve e de indicadores do mercado de trabalho no Brasil.

A ata do Fed indicou que os dirigentes do BC dos EUA só concordaram em cortar a taxa básica na última reunião após um debate com muitas nuances sobre os riscos enfrentados pela economia norte-americana. Segundo o documento, a “maioria dos participantes” acabou apoiando a redução dos juros por acreditar que a medida ajudaria a “estabilizar o mercado de trabalho”, mas muitos ainda “expressaram preocupação” com a demora de a inflação rumar em direção à meta de 2% do comitê.

As projeções mostram que o mercado financeiro espera apenas mais um corte em 2026, enquanto o novo comunicado indica que o Fed provavelmente deve esperar a divulgação de novos dados que mostrem que a inflação voltou a cair ou que o desemprego está aumentando mais do que o previsto.

No cenário político e comercial, o mercado ainda repercute o acordo entre EUA e Israel envolvendo produtos agrícolas e outros setores. Também chamam atenção as críticas de Trump ao presidente do Fed, Jerome Powell, que classificou como “extremamente incompetente”.

No Brasil, o foco está nos dados do mercado de trabalho. O IBGE mostrou que a taxa de desemprego caiu para 5,2% em novembro, o menor nível da série histórica iniciada em 2012. Também houve recorde no número de pessoas ocupadas e de trabalhadores com carteira assinada.

O Ministério do Trabalho divulgou o Caged de novembro, com criação de 85,9 mil empregos formais em novembro. O resultado representa um recuo de 19,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram criados cerca de 106,1 mil vagas.

Entre os indicadores econômicos, os investidores seguem atentos às contas públicas, após o governo central registrar déficit de R$ 20,2 bilhões em novembro, acima das expectativas do mercado.

 

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