Quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 17 de dezembro de 2025
O dólar fechou em alta de 1,09% nesta quarta-feira (17), cotado a R$ 5,5222 — maior valor desde 1º de agosto, quando encerrou a R$ 5,5445. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuou 0,79%, aos 157.327 pontos.
Os investidores reagiram a fatores políticos e geopolíticos em um dia marcado por uma agenda econômica esvaziada, com poucos indicadores relevantes. Nesse contexto, declarações de autoridades dos Estados Unidos e projeções para a eleição de 2026 influenciaram o humor dos mercados.
No cenário internacional, Donald Trump deve se pronunciar à noite em sua rede social. A fala ganha peso diante do aumento das tensões envolvendo a Venezuela. Na véspera, ele afirmou que o país estaria “completamente cercado” e determinou um bloqueio total a petroleiros sancionados que entram ou saem de lá.
O presidente americano também acusou o governo venezuelano de se apropriar de petróleo e terras norte-americanas. Com isso, os preços da commodity subiam no mercado internacional: por volta das 18h20, o barril do Brent para fevereiro avançava 2,87%, cotado a US$ 60,61, após ter registrado na véspera o menor nível desde fevereiro de 2021.
Com a agenda local esvaziada para os investidores, eles concentram o foco nos pronunciamentos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ao longo do dia. Christopher Waller fala pela manhã, seguido por John Williams e Raphael Bostic, em busca de sinais sobre os rumos da economia americana.
No Brasil, a nova pesquisa eleitoral da Genial/Quaest passou a influenciar os mercados, à medida que a corrida presidencial de 2026 entra no radar dos investidores. Divulgado na tarde de ontem, o levantamento mostrou o presidente Lula na liderança, seguido por Flávio Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, o que indica uma fragmentação das forças entre os possíveis candidatos de centro-direita.
Agentes do mercado acreditam que a manutenção do governo atual tornaria mais difícil realizar ajustes robustos nas contas públicas, o que impacta negativamente o Ibovespa e o câmbio. Em meio à repercussão política, o Ibovespa recuou 2,4% na terça-feira, encerrando uma sequência de quatro altas seguidas. O índice chegou a cair para 158.577 pontos após tocar a máxima do dia acima dos 162 mil.
Bolsas globais
As bolsas em Wall Street fecharam em queda nesta quarta-feira, em um dia de cautela nos mercados, enquanto os preços do petróleo se recuperam de parte da forte queda acumulada ao longo do ano.
O S&P 500 recuou 1,21%, aos 6.718,08 pontos, o Dow Jones teve queda de 0,47%, aos 47.886,16 pontos, e o Nasdaq registrou perdas de 1,81%, aos 22.693,32 pontos.
Apesar dos resultados, as ações de empresas do setor de petróleo registraram fortes ganhos, impulsionadas pela decisão do presidente americano Donald Trump de impor um bloqueio total a petroleiros sancionados que entram ou saem da Venezuela.
A medida aumenta a pressão sobre o país sul-americano, que pode concentrar as maiores reservas de petróleo do mundo, e contribuiu para a alta da commodity no mercado internacional.
O barril do petróleo WTI, referência nos EUA, subia 2,92%, para US$ 56,74, um dia após tocar o menor nível desde 2021. Já o Brent, usado como referência global, avançava 2,87%, cotado a US$ 60,61 por barril.
As bolsas asiáticas encerraram a quarta-feira em alta, interrompendo dois dias de queda. O movimento foi impulsionado por ganhos expressivos em ações ligadas à inteligência artificial, enquanto investidores tentam entender os próximos passos da política monetária do Federal Reserve.
No fechamento, o índice de Xangai avançou 1,19%, a 3.870 pontos, e o CSI300 subiu 1,83%, a 4.579 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 0,92%, a 25.468 pontos. Em Tóquio, o Nikkei teve alta de 0,26%, a 49.512 pontos, enquanto Seul registrou valorização de 1,43%, a 4.056 pontos. Taiwan recuou 0,04%, a 27.525 pontos e Cingapura caiu 0,10%, a 4.575 pontos.