Sexta-feira, 25 de abril de 2025

Dólar tem 5º dia de queda e fecha a R$ 5,69, com tarifas de Trump em foco

O dólar registrou o quinto dia consecutivo de queda de 0,47% nessa quinta-feira (24), encerrando cotado a R$ 5,69. O pregão foi marcado pelas reações do mercado aos desdobramentos do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da guerra tarifária entre o país e a China.

O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa de Valores brasileira, encerrou em alta, atingindo o maior patamar desde setembro e acompanhando as bolsas de Nova York, que avançaram também pelo otimismo vindo de uma possível diminuição das tensões tarifárias.

Nos últimos dias, Trump deixou de atacar o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, e adotou um tom mais ameno ao falar sobre a guerra comercial com a China, indicando a possibilidade de um acordo com Pequim.

Os posicionamentos dos líderes dos dois países, no entanto, são contraditórios. Trump afirmou nessa quinta que os EUA e a China conversaram pela manhã para tentar chegar a um acordo. O governo chinês, por outro lado, negou que existam negociações comerciais em curso.

Como contraponto ao otimismo, os investidores avaliam os impactos já causados pelo tarifaço na economia global.

Nos EUA, o Livro Bege, relatório produzido pelo Fed, revela que os preços de alguns produtos e serviços já estão subindo, enquanto as empresas e a população americanas buscam se adaptar e se proteger do tarifaço.

Além disso, o documento indicou que a atividade econômica dos EUA também dá sinais de desaceleração. Como os EUA mantêm diversas relações comerciais com diferentes nações, esse crescimento menor pode prejudicar a atividade econômica global.

Com o resultado dessa quinta, o dólar acumulou:

* recuo de 1,94% na semana;
* queda de 0,25% no mês; e
* perda de 7,90% no ano.

Mercados

Os desdobramentos do tarifaço de Trump continuaram a ser o centro das atenções do mercado financeiro nesta quinta. Há otimismo no mercado sobre as negociações entre EUA e China, mas os índices não subiram mais por conta da incerteza sobre o desfecho.

Primeiro, Trump afirmou que líderes dos dois países conversaram pela manhã. Em seguida, o governo chinês indicou que não há nenhuma negociação em andamento. Mais tarde, o presidente americano reforçou que estão abertas as conversas.

As tarifas norte-americanas sobre os produtos chineses podem chegar a até 245%, enquanto as tarifas da China sobre as importações dos EUA estão em 125%. O comércio entre os países está praticamente inviabilizado.

“Como departamento competente na área de relações econômicas e comerciais com o exterior, gostaria de destacar que atualmente não há negociações econômicas, nem comerciais, entre a China e os EUA”, declarou o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yadong, em uma entrevista coletiva.
Os indicadores melhoraram porque, nos últimos dias, Trump abrandou o discurso sobre a taxação contra a China, sinalizando que um entendimento com o gigante asiático poderia “reduzir substancialmente” as tarifas aplicadas sobre os produtos chineses importados pelos EUA.

Segundo a agência de notícias Reuters, fontes familiarizadas com o assunto afirmaram que a Casa Branca avalia a possibilidade de reduzir as tarifas sobre as importações chinesas enquanto aguarda as negociações dos EUA com Pequim. Trump, no entanto, ainda não teria tomado uma decisão.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, também tem sinalizado a expectativa de uma redução nas tensões comerciais entre os dois países. “Há a oportunidade de um grande acordo entre Estados Unidos e China”, disse nesta quarta-feira.

“As tarifas entre EUA e China provavelmente terão que ser reduzidas para que possa haver alguma negociação comercial”, acrescentou, afirmando que as taxas estão “insustentáveis”.

Nessa quinta, o otimismo foi intensificado por comentários do diretor do Fed, Christopher Waller, que avaliou que a disputa tarifária envolvendo os EUA pode elevar o desemprego rapidamente no país e, ao mesmo tempo, suscitar cortes de juros.

Já a presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, pediu paciência em relação à política monetária em meio aos altos níveis de incerteza e não descartou mudanças na taxa de juros até junho, caso os dados sugiram a necessidade de ação.

O tarifaço também continua repercutindo devido aos últimos indicadores divulgados nos EUA, que já começam a mostrar seus efeitos.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA indicou que a atividade empresarial do país desacelerou para o nível mais baixo em 16 meses em abril. O indicador foi divulgado nesta quarta-feira pela S&P Global.

Os dados também mostraram que os preços cobrados por bens e serviços subiram, em meio à incerteza causada pelas tarifas, reforçando os temores do mercado financeiro de uma estagflação que pode colocar o Federal Reserve em uma situação difícil.

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