Segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de novembro de 2022
O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (7), em um dia marcado pela alta volatilidade no exterior. No radar dos investidores, dados econômicos que serão divulgados no Brasil, nos Estados Unidos, Europa e China ao longo da semana.
A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 2,22%, vendida a R$ 5,1714. Com o resultado, passou a acumular alta de 0,12% no mês – mas segue em queda de 7,24% no ano frente ao real.
Embora a segunda-feira esteja com uma agenda mais vazia, a semana é marcada pela divulgação de indicadores econômicos importantes no Brasil e no mundo. Entre os indicadores que serão divulgados, os de maior impacto no mercado nacional e, consequentemente, no preço do dólar, são os dados de inflação brasileira e dos EUA.
Segundo a edição desta semana do Boletim Focus, relatório em que o Banco Central do Brasil reúne as expectativas de especialistas do mercado para a economia do país, as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022 voltaram a subir. As estimativas para a inflação oficial no final do ano passaram de 5,61% para 5,53%.
Já nos Estados Unidos, onde a inflação anual está nos maiores patamares em quatro décadas, as previsões para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de outubro é de uma alta de 0,6%, segundo estimativas consolidadas pelo Investing. Em setembro, o CPI avançou 0,4%, acima do esperado por especialistas.
Uma inflação maior nos EUA é um peso negativo contra a valorização da moeda brasileira em relação ao dólar. Com os preços altos no país, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) continua sua trajetória de elevação das taxas de juros, hoje entre 3,75% e 4,00% ao ano, após uma alta de 0,75 ponto percentual na última reunião do comitê de política monetária estadunidense.
Antonio van Moorsel, sócio e diretor do Advisory da Acqua Vero Investimentos, explica que, quanto maiores são os juros nos EUA, maior é o rendimento dos títulos públicos americanos – que são considerados os mais seguros do mundo.
Assim, se as taxas sobem por lá, a tendência é que os investidores retirem suas reservas de ativos de risco, como o moeda brasileira, e coloquem nos títulos que oferecem menos risco por um retorno atrativo, favorecendo o dólar.
Também nos EUA, acontecem nessa terça as eleições de meio de mandato, que renovam a Câmara dos Deputados do país e parte do Senado.
Na China, o governo reafirmou sua política de tolerância zero contra os casos de covid, “esfriando as especulações da semana passada sobre flexibilização das restrições”, afirmam analistas do BTG Pactual. Essa política de tolerância zero impacta o crescimento econômico do país, que é um dos principais demandantes por commodities e outros diversos tipos de produtos no mundo.
No Brasil, além das expectativas com os dados de inflação e outros indicadores econômicos, as atenções permanecem voltadas ao cenário político, em um momento em que a equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva negocia com o governo de Jair Bolsonaro para realizar a transição dos poderes.