Quinta-feira, 25 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 4 de julho de 2024
A dona de uma clínica de estética de Goiânia foi presa após a morte de uma paciente de 33 anos que fez uma cirurgia nos glúteos. A prisão foi realizada pela Delegacia de Repressão a Crimes contra o Consumidor (Decon) de Goiás. Por enquanto, ela é suspeita de cometer crime contra as relações de consumo.
Grazielly Barbosa é dona da clínica onde a influenciadora digital e modelo fotográfica Aline Maria Ferreira da Silva, de 33 anos, fez uma cirurgia estética de aumento dos glúteos no último dia 23, um domingo. Aline, que era casada e deixa dois filhos, morava em Brasília e foi até Goiânia para se submeter à cirurgia.
Segundo a família, ela recebeu em cada nádega 30 mililitros de polimetilmetacrilato (PMMA), substância sintética em forma de gel cujo uso é regulamentado (mas não proibido) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A suspeita é de que esse produto causou reação inflamatória e a morte da paciente. Em conversa com parentes da paciente, no entanto, Grazielly teria negado o uso desse produto.
Ao final da cirurgia, Aline estava bem e voltou para casa, segundo o marido dela contou à Polícia Civil. No dia seguinte, porém, a influenciadora teve febre.
A família consultou a clínica, que teria dito que a febre era normal e que bastaria usar qualquer remédio contra o sintoma. Mesmo medicada, Aline seguiu com febre, e no dia 26 começou a ter dores na barriga.
No dia 27, ela desmaiou e foi levada para o Hospital Regional da Asa Norte, uma unidade pública de saúde. No dia seguinte foi transferida para um hospital particular da Asa Sul de Brasília, onde acabou morrendo na última terça (2).
Saiba mais
PMMA é a sigla para polimetilmetacrilato, uma substância plástica com diversas utilizações na área de saúde e em outros setores produtivos. Atualmente, tem sido usado para preenchimentos em tratamentos estéticos faciais e corporais, principalmente para aumento dos glúteos.
Mas, sua composição pode causar reações inflamatórias que, por sua vez, podem causar deformidades e necrose dos tecidos onde foi aplicado. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) considera o PMMA de risco máximo e, por isso, só deve ser administrado por profissionais médicos treinados.
O produto, de acordo com a Anvisa, também possui uma destinação muito específica, que é a aplicação para corrigir pequenas deformidades do corpo após tratamentos de AIDS ou de poliomielite.
O procedimento, de acordo com o marido da influenciadora, foi feito pela dona da clínica. Segundo ele, ela foi informada que Aline passou mal e chegou a visitá-la no Hran. No hospital, negou ter aplicado PMMA em Aline e disse que usou “um bioestimulador”.