Terça-feira, 09 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 8 de setembro de 2025
Quase 50 anos após seu lançamento, “Dona Flor e seus dois maridos” (1976), um marco do cinema nacional, retorna às telonas em cópias remasterizadas a partir da próxima quinta-feira (11). A obra, baseada no romance homônimo de Jorge Amado e dirigida por Bruno Barreto, então com apenas 21 anos, conquistou 10,7 milhões de espectadores e permaneceu por mais de três décadas como a maior bilheteria da história do cinema brasileiro, até ser superada por “Tropa de Elite 2”, em 2010.
O filme original se consolidou como um clássico não apenas pelo enredo ousado, mas também pela química entre Sônia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça. A atuação de Braga, que deu vida à protagonista, se tornou referência na carreira da atriz e permanece como uma das mais marcantes do audiovisual brasileiro.
Desde então, a história de Jorge Amado ganhou diversas adaptações para diferentes linguagens. Na televisão, a Rede Globo exibiu em 1998 uma minissérie estrelada por Giulia Gam no papel de Dona Flor, ao lado de Edson Celulari e Marco Nanini. Já nos palcos, a trama foi recriada em 2008, com Carol Castro interpretando a personagem central e Marcelo Faria repetindo o papel de Vadinho, desta vez sob direção de Pedro Vasconcellos.
Em 2017, a obra voltou ao cinema em uma nova versão dirigida também por Vasconcellos. Juliana Paes assumiu a personagem imortalizada por Sônia Braga, contracenando com Marcelo Faria e Leandro Hassum. A produção revisitou o universo de Jorge Amado, buscando atualizar a história para um público contemporâneo, mas mantendo a essência do triângulo amoroso que consagrou o enredo.
Ambientada em Salvador, a trama acompanha Dona Flor, uma professora de culinária que, após a morte do primeiro marido, o boêmio e sedutor Vadinho (Wilker), encontra estabilidade no casamento com o farmacêutico Teodoro (Mendonça). A calmaria, no entanto, se rompe quando o espírito de Vadinho retorna e apenas ela consegue vê-lo. Dividida entre a segurança de Teodoro e a paixão arrebatadora do passado, Dona Flor vive um dilema que mistura humor, sensualidade e drama.
A nova exibição em cópias restauradas celebra a importância do filme para a cultura brasileira e resgata um capítulo que ajudou a projetar o cinema nacional no exterior. Com a volta às telas, “Dona Flor e seus dois maridos” reafirma o peso de Jorge Amado e de suas personagens, que seguem inspirando diferentes gerações de artistas e espectadores.