Quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Dono do Banco Master ganhou destaque após aquisições em série e festa com Alok; saiba quem é o banqueiro

Novato na Faria Lima, Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, atraiu a atenção do mercado financeiro desde que comprou 80% do projeto Fasano Itaim, que reúne hotel, torre residencial e restaurantes, no fim de 2022. Em 2024, voltou a surpreender o setor com a aquisição do Banco Voiter e do Will Bank.

O banqueiro foi preso pela Polícia Federal na noite de segunda-feira (17), em São Paulo. Segundo integrantes da corporação, havia suspeita de que Vorcaro poderia deixar o País para evitar a prisão. Ele se preparava para embarcar num voo para o exterior. O Banco Central (BC) também decretou a liquidação do Master e colocou instituição que integra o conglomerado sob regime de administração especial temporária por 120 dias. Apenas o Will Bank foi preservado.

Considerado por seus pares mais experientes como um jovem de empreendedorismo agressivo, o mineiro de 42 anos, que assumiu o controle do Banco Máxima em 2019 e o rebatizou como Master em 2021, buscava elevar a meta de crescimento da instituição em um ritmo acelerado.

Vorcaro fez com que o Master crescesse nos últimos anos usando estratégia considerada agressiva de venda de CDBs com alta remuneração aos aplicadores.

Seu nome também repercute no noticiário pela realização de eventos luxuosos, que incluem conferências com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) no exterior e a festa de 15 anos da filha com show do DJ Alok, que teria custado entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões.

Em julho, o Master voltou à pauta quando a Caixa Asset tirou o cargo de três funcionários que se opuseram à compra de R$ 500 milhões em letras financeiras do banco de Vorcaro. O trio de gestores questionou a capacidade de pagamento do Master e argumentou que a operação poderia gerar risco reputacional para a estatal.

Maurício Quadrado, sócio de Vorcaro no Master, foi citado em delação noticiada em 2018 que relatou suposto pagamento de propina para viabilizar uma operação do FGTS, gerido pela Caixa.

“Essa delação que aventou essa hipótese já foi arquivada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, inclusive com parecer favorável do Ministério Público Federal, órgão responsável por formalizar acusações criminais”, diz Hugo Leonardo, advogado de Quadrado.

Vorcaro refuta o parecer dos gestores da Caixa. “Instituições sérias auditam o banco e atestam a sua capacidade, a sua realidade de números. E contra números não há argumentos”, diz o presidente do Master.

O banqueiro também enfrenta processo na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que apura irregularidades em um fundo de investimento imobiliário fechado, chamado Brazil Realty.

De acordo com órgão da CVM, as falhas “a princípio, poderiam ser tratadas como falta de diligência dos envolvidos, entretanto, com o aprofundamento das investigações, verificou-se a natureza fraudulenta, em tese, das operações”.

Um dos imóveis envolvidos teria sido sobreavaliado em R$ 56 milhões em laudo considerado irregular, supostamente pago com R$ 5 milem espécie.

Entre os acusados estão Daniel Vorcaro, como responsável pelo antigo Máxima, que comprou cotas do fundo, e seu pai Henrique, como responsável pela Milo, que também investiu no Brazil Realty.

Ainda conforme o processo, as cotas foram revendidas no mercado secundário e alguns dos compradores eram fundos que tinham Regimes de Previdência Social como cotistas, “que, em última linha, absorveriam os prejuízos”.

Vorcaro nega qualquer irregularidade, afirma que é natural que instituições financeiras tenham processos na CVM e que seus familiares, como cotistas, não tinham responsabilidade fiduciária sobre o Brazil Realty.

Segundo o Master, não houve qualquer indício de prejuízo a terceiros. “O banco aguarda o julgamento do mérito como improcedente ou a aprovação da proposta de acordo em termo de compromisso.”

Antes de ingressar no Master, Vorcaro trabalhou por oito anos na empresa de seu pai, o Grupo Multipar, como diretor financeiro e presidente. A companhia do setor imobiliário sediada em Belo Horizonte atua na gestão, aquisição e venda de ativos imobiliários e empresariais.

Quando Daniel Vorcaro adquiriu uma participação minoritária do banco, em 2017, a instituição, fundada nos anos 1970, era mais conhecida por atuar na concessão de crédito imobiliário.

Em 2021, o Máxima passa a se chamar Master, nome que foi sugerido pelo filho de Vorcaro, na época, com dez anos de idade, segundo o banqueiro.

“Contratamos empresas de marketing, mas foi meu filho, que num sábado de manhã me viu num telefonema com essas agências e me trouxe um papelzinho escrito Master, que representa excelência”, conta Vorcaro.

A mudança de nome ajudou a distanciar o banco do histórico de crise que, antes da entrada de Vorcaro, colocou a instituição abaixo do limite da regra de capital exigida pelo Banco Central. (Com informações da Folha de S.Paulo)

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