Sábado, 25 de janeiro de 2025

“É apenas o começo”: líder israelense promete destruir o Hamas e diz que tem apoio para a vitória

Em um movimento raro, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez um pronunciamento televisionado em que afirmou que Israel “nunca esquecerá ou perdoará os atos horríveis dos nossos inimigos”, e prometeu que os ataques aéreos na Faixa de Gaza, que até agora mataram quase 1.800 palestinos, são “apenas o começo”.

O discurso causou expectativa no país e Netanyahu foi criticado por opositores por se limitar a uma fala de efeito que não trouxe novidades sobre a possível invasão terrestre de Gaza ou sobre os reféns mantidos pelo Hamas.

“Estamos lutando pelo nosso lar como leões”, disse Netanyahu.

O premier israelense também declarou que o espírito das Forças de Defesa do país “inspira o mundo inteiro” e que Israel está recebendo apoio internacional substancial, incluindo a ajuda militar dos EUA e a reação na opinião pública .

“Não vamos nunca esquecer as atrocidades que nossos inimigos executaram. E não vamos nunca perdoar”, afirmou.

Apesar de sugerir que a ofensiva em Gaza avançará, Netanyahu disse que não entraria em detalhes no momento.

“Nossos inimigos apenas começaram a pagar o preço e eu não direi mais. Isso é só o começo (…) Levará tempo, mas terminaremos esta guerra mais fortes do que nunca”, concluiu.

O líder de oposição Yair Lapid criticou o primeiro-ministro por ter causado ansiedade entre os israelenses com um discurso no início do Shabbat, o que não é usual, o que transmitiu a ideia de que haveria algo de impacto a ser comunicado à população.

“Como pode o primeiro-ministro de Israel deixar uma nação inteira em frenesi por um discurso incomum na noite de sexta-feira, apenas para depois não dizer nada sobre os reféns, o Norte, as retiradas de moradores [de áreas de Gaza]”, acusou Lapid, de acordo com o jornal Jerusalém Post. O jornal pontua que não há memória de outro discurso de Netanyahu durante o Shabbat.

Coalizão

O partido Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, afirmou que as lideranças da coalizão governista liderada pela legenda chegaram a um acordo para a formação de um governo de unidade nacional, permitindo que integrantes da oposição sejam integrados ao gabinete, para enfrentar o momento de crise aguda iniciada pelo ataque terrorista do Hamas, no último sábado (7).

Integrantes da oposição, como Yair Lapid e Benny Gantz, haviam manifestado publicamente, nos últimos dias, a opinião de que um governo de coalizão era a melhor saída para enfrentar o período conflituoso. A ideia não foi inicialmente aceita por todos os setores governistas, sobretudo pela ala de extrema direita liderada por Itamar Ben-Gvir, que após o ato terrorista acabou dizendo que vidas teriam sido poupadas se ele tivesse sido ouvido (Ben-Gvir é o defensor de pautas extremistas contra todos os cidadãos palestinos).

Apesar disso, outros setores da direita radical que compõem o governo condenaram a fala divisiva de Ben-Gvir e saíram publicamente em defesa do governo de unidade nacional. Bezalel Smotrich, atual ministro das Finanças de Israel e que já defendeu pautas extremistas como a segregação de mulheres judias e muçulmanas em áreas diferentes de maternidades, posicionou-se a favor da entrada da oposição no governo.

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