Terça-feira, 20 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 19 de maio de 2025
A economia brasileira cresceu 1,3% no primeiro trimestre deste ano em relação ao período de outubro a dezembro de 2024, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). O dado já desconsidera os efeitos sazonais. Frente ao primeiro trimestre de 2024, o crescimento foi de 3,7%.
Só em março, o IBC-Br teve avanço foi de 0,8% ante fevereiro, na série com ajuste sazonal. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a alta foi de 3,5%. Em 12 meses, o indicador do BC mostra expansão de 4,2% da economia.
Esse crescimento mostra uma aceleração da atividade econômica em relação ao fim de 2024, quando o avanço havia sido de 0,5%. O IBC-Br é ajustado para compensar variações sazonais, como feriados e férias, permitindo uma comparação mais precisa entre os períodos.
O resultado reforça os sinais de que a economia brasileira manteve certo dinamismo no início do ano, mesmo com os juros ainda elevados. Apesar disso, o próprio Banco Central e o mercado financeiro esperam um ritmo de crescimento mais moderado nos próximos meses. As projeções apontam que o PIB deve crescer cerca de 2% em 2025, abaixo dos 3,4% registrados em 2024.
Na avaliação de Rodolfo Margato, economista da XP, os dados mostram que a economia iniciou 2025 em ritmo acelerado e devem sustentar uma alta relevante do PIB neste ano.
— Estimamos um crescimento de 1,6% no primeiro trimestre e de 3,1% na comparação anual, impulsionado principalmente pela supersafra de soja —afirmou.
Ainda assim, ele pondera que o avanço da atividade deve perder força ao longo dos próximos trimestres.
— Esperamos uma desaceleração gradual da economia e projetamos alta de 2,3% no PIB de 2025. A atividade doméstica deve desacelerar gradualmente este ano. O mercado de trabalho continua robusto, com a taxa em níveis baixos e os salários reais de desemprego em alta, e espera-se que as medidas governamentais anunciadas recentemente apoiem a demanda no curto prazo — pontua.
Para Vitor Vidal, economista da VVC Consultoria, o desempenho acima do esperado pode levar a uma revisão para cima das projeções.
— O IBC-Br de hoje diz o seguinte: o PIB do Brasil pode ser acima de 3,0% em 2025 —afirmou.
Segundo ele, o crescimento de 1,0% no IBC-Br excluindo o setor agropecuário é especialmente relevante, pois indica um aquecimento mais disseminado da economia.
Vidal ainda ressaltou que a variação de 3,7% do IBC-Br em relação ao primeiro trimestre de 2024 é compatível com um crescimento de cerca de 2% no trimestre na comparação com os três meses anteriores.
— Tudo indica que a economia brasileira já cresceu 3,0% em 2025 — concluiu.
O IBC-Br leva em conta o desempenho da agropecuária, da indústria, do setor de serviços e dos impostos sobre a produção, e é um dos indicadores usados pelo BC para embasar suas decisões sobre a taxa básica de juros (Selic).
Já o resultado oficial do PIB — que é mais abrangente, verificando também o consumo das famílias, gastos do governo, investimentos das empresas, etc. — calculado pelo IBGE, será divulgado no próximo dia 30 de maio. As informações são do portal O Globo.