Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 4 de novembro de 2025
Os economistas preveem que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manterão a taxa de juros em 15% na reunião que iniciou nesta terça-feira (4). De acordo com o boletim Focus, divulgado na segunda-feira (3), os analistas esperam a manutenção da Selic no atual patamar e acreditam que ela permanecerá em 15% também na reunião marcada para dezembro, que será a última do ano.
O mercado ainda manteve a perspectiva da taxa de juros para os próximos três anos em 12,25% no próximo ano, em 10,5% para 2027 e em 10% para 2028.
Já a expectativa para a inflação voltou a cair pela sexta semana consecutiva, atingindo 4,55%, uma queda de 0,01 ponto percentual na comparação com o último levantamento. Apesar da diminuição, ela continua acima do teto da meta, que é de 4,5%. O BC estipulou o objetivo do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fechar o ano a 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Os economistas ouvidos pelo BC também reduziram a previsão para 2027 para 3,8%, ante 3,82% da semana passada. Já as expectativas para o dólar e o PIB (Produto Interno Bruto) permaneceram em R$ 5,41 e 2,16%, respectivamente.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que por mais pressão que haja sobre o Banco Central para não baixar juros, as taxas terão que cair, ao citar uma melhora nas expectativas de mercado e nos dados correntes de inflação.
Em evento promovido pela Bloomberg em São Paulo, um dia antes de o BC anunciar sua decisão sobre o patamar dos juros básicos, Haddad afirmou que uma taxa real de juros de 10% no Brasil é algo que não faz sentido.
“Vão ter que cair, vão ter que cair. Por mais pressão que os bancos façam sobre o Banco Central para não baixar juros, elas vão ter que cair”, disse.
“Não tem como sustentar 10% de juro real com a inflação andando em 4,5%. Você vai sustentar um juro de 15% em nome do quê?”
Haddad ponderou que não é possível afirmar quando acontecerá o corte de juros pela autoridade monetária.
O mercado tem melhorado gradualmente as projeções para a inflação neste e nos próximos anos, mas em níveis ainda incompatíveis com o atingimento do centro da meta contínua de 3%.
De acordo com o mais recente boletim Focus do BC, as expectativas de inflação estão em 4,55% para este ano (contra 4,80% há um mês), 4,20% para 2026 (4,28% antes) e 3,80% para 2027 (3,90% antes).
A Selic está atualmente em 15% ao ano, e BC anuncia na quarta-feira sua decisão para os juros básicos após ter defendido em suas comunicações oficiais uma manutenção da taxa neste nível por período “bastante prolongado”, para assegurar o atingimento da meta de inflação.