Segunda-feira, 29 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 29 de setembro de 2025
Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) reduziram a previsão da inflação neste ano em 0,02 pontos percentuais, de 4,83% para 4,81%, após tê-la mantido estável na semana passada, de acordo com o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (29).
A expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem mantido um ciclo de baixa e estabilidade há mais de seis meses; a última vez que os economistas subiram a previsão foi no dia 10 de março.
A pesquisa ainda reduziu a expectativa para o dólar, de R$ 5,50 para R$ 5,48. A previsão para a taxa Selic foi mantida a 15% pela 14ª semana seguida, e a do Produto Interno Bruto (PIB) a 2,16% pela terceira semana seguida.
Na última quinta-feira (25), foi divulgado que o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) teve alta de 0,48% em setembro , pressionado pelo aumento na conta de luz. Em agosto, o IPCA teve sua primeira deflação em um ano, mas o acumulado de 12 meses ainda era de 5,13%.
O objetivo central perseguido pelo Banco Central é de 3%. No modelo de meta contínua, o alvo é considerado descumprido quando a inflação acumulada permanece por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância, que vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto).
Na sexta-feira (26), o dólar caiu 0,51% e chegou a R$ 5,337. O mercado esteve voltado a novos dados de inflação dos Estados Unidos medidos pelo PCE (índice de preços de consumo pessoal, na sigla em inglês), que subiu 0,3% em agosto, depois de alta de 0,2% em julho.
A leitura do mercado é que a convergência dos dados às expectativas indica que o “status-quo atual permanece intacto”, de acordo com Bret Kenwell, analista da eToro, permitindo que o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) continue no caminho de cortar as taxas de juros mais duas vezes neste ano.
Segundo Kenwell, a meta de inflação de 2% parece ser uma “baixa prioridade” pelo Fed no momento, com os dirigentes mais focados em restaurar o equilíbrio entre empregos e inflação.
No Brasil, para 2026, os economistas esperam a inflação a 4,28%, o dólar a R$ 5,58 e a Selic a 12,25%. Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica. A previsão para o crescimento econômico é de 1,8% no ano que vem, 1,9% em 2027 e 2% em 2028.