Sábado, 19 de julho de 2025

Eduardo Bolsonaro pede que os Estados Unidos mandem uma resposta após operação da Polícia Federal contra o pai

O deputado federal Eduardo Bolsonaro disse que Alexandre de Moraes está se afirmando como ditador, após seu pai, Jair Bolsonaro, ser alvo de buscas realizadas pela Polícia Federal nessa sexta-feira (18).

Ele também pede que os “Estados Unidos, o país da liberdade e lar dos corajosos, mandem uma resposta” para o Brasil. “Para não deixar que o modelo de censura brasileira seja exportado para outros países.”

As falas foram dadas em inglês no programa WarRoom do ex-estrategista de Donald Trump e um dos principais expoentes da extrema direita, Steve Bannon.

Como adiantou a coluna, Jair está proibido de acessar redes sociais e de falar com Eduardo, que está nos EUA. Isso, para Eduardo, é o “Brasil estabelecendo um novo modelo de censura.”

“Se Moraes vencer essa guerra — o que eu não acho que vai acontecer —, será um estrago para o Brasil e para o Ocidente”, afirmou.

Eduardo afirmou que Jair “cumpriu todas as ordem de Moraes, mesmo considerando que todas elas eram ilegais”. Ele considera, assim como o pai, o pedido de busca uma “humilhação” e que Moraes está “dobrando a aposta” após a taxação dos EUA.

O deputado licenciado disse também que todo o movimento contra o pai é por “ele liderar as intenções de voto, e provavelmente ira vencer Lula no primeiro turno.”

Na verdade, Lula lidera os cenários de intenção de voto para o 1º turno da eleição presidencial de 2026, segundo a última pesquisa Datafolha.

Seu opositor mais competitivo, neste momento, de fato é Jair Bolsonaro (PL), inelegível por decisão da Justiça Eleitoral, mas que pode lançar seu nome para a disputa até ser vetado oficialmente devido à sua situação legal. No embate entre eles, há empate no 1º e 2º turno.

Alexandre de Moraes determinou as medidas cautelares em atendimento a uma representação da PF com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República.

Segundo a PF, Bolsonaro tem atuado para dificultar o julgamento do processo do golpe e tem iniciativas que caracterizam os crimes de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional. O órgão divulgou nota confirmando as medidas cautelares.

O ex-presidente teria financiado inclusive atos contra a soberania nacional, ao enviar recursos para o filho atuar contra o Brasil nos EUA. Em junho, ele admitiu à coluna que tinha enviado R$ 2 milhões a Eduardo Bolsonaro, via Pix. “O dinheiro é meu e é limpo”, afirmou.

Ministros da Corte já desconfiavam e tiveram indícios de que Bolsonaro se preparava para fugir do Brasil, pedindo asilo político a Donald Trump nos EUA.

As falas do norte-americano pressionando o Brasil e o STF para que o processo fosse encerrado “imediatamente!”, e o “desespero” demonstrado por Bolsonaro teriam sido determinantes para a medida, segundo um magistrado ouvido pela coluna.

As medidas cautelares vêm na esteira da crise que o presidente norte-americano abriu contra o Brasil, impondo taxas de 50% ao país e colocando, entre as condições para que elas não sejam aplicadas, o fim da ação penal contra o ex-presidente, que Trump chama de “perseguição”.

Na quinta (17), Trump divulgou nova carta, desta vez endereçada diretamente a Bolsonaro, dizendo que o processo contra ele deveria terminar “imediatamente!”.

“Eu vi o terrível tratamento que você está recebendo nas mãos de um sistema injusto”, afirmou o norte-americano em carta com timbre da Casa Branca publicada em sua rede social, o Truth Social.

O governo Trump também ameaça aplicar sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes, relator da ação penal em que Bolsonaro é acusado de tentar dar um golpe no Brasil, e o Departamento de Estado chegou a citar o magistrado nominalmente.

As medidas contra Moraes e outros magistrados do STF estão sendo defendidas diuturnamente pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, que tem tido encontros frequentes com autoridades do governo Trump.

O advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro, afirmou à coluna que “a defesa está surpresa e vai se manifestar após ter ciência da decisão”. (Com informações da Folha de S.Paulo)

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