Quarta-feira, 18 de junho de 2025

Eduardo Bolsonaro pediu que a militância bolsonarista mantenha a defesa da elegibilidade de seu pai criticando a movimentação para que Tarcísio de Freitas seja candidato à Presidência em 2026

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pediu no último domingo (15) que a militância bolsonarista mantenha a defesa da elegibilidade de seu pai, Jair Bolsonaro. A fala foi interpretada por aliados como crítica à movimentação para que o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) seja candidato à Presidência em 2026.

“Eu não sei ainda se no Brasil as pessoas entenderam. Sem Bolsonaro, com Bolsonaro condenado, a gente não vai ter uma eleição normal no Brasil. A gente vai ter uma eleição onde, no máximo, poderá ser eleita uma ‘direita permitida’, o que fica longe de atender aos anseios populares, o que significa dizer que o establishment ainda seguirá dando as cartas no Brasil”, disse Eduardo, em entrevista para o canal de direta do YouTube Estúdio 5° Elemento.

Eduardo está em autoexílio nos Estados Unidos, onde busca persuadir o governo Donald Trump a impor sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator da ação sobre a trama golpista da qual Bolsonaro é acusado de liderar.

Jair Bolsonaro está inelegível por duas decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A primeira, de junho de 2023, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação pública, decorre da reunião com embaixadores estrangeiros, em 18 de julho de 2022, na qual atacou a credibilidade das urnas eletrônicas. A segunda, de outubro do mesmo ano, também por abuso de poder, foi motivada pelo uso das comemorações públicas do Bicentenário da Independência para fins eleitorais.

No programa, que durou cerca de uma hora e 30 minutos, um dos convidados questionou Eduardo sobre os “governadores democráticos” que seriam “aceitos pelo mercado financeiro”, perguntando se era necessário “desconfiar” de quem o mercado “anda elogiando demais”.

“Eu desconfiaria, né?”, respondeu o deputado licenciado. “Acho que, quando você entra na vida pública, tem que priorizar o interesse público, e não deste ou daquele segmento. Ainda mais quando você assume certas posições”, completou.

Parte dos dirigentes de seu partido, incluindo o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, defende o nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para o posto de vice em uma chapa encabeçada por Tarcísio.

Embora defenda que o ex-presidente seja o candidato da direita na próxima disputa, Eduardo já se colocou como alternativa ao pai e, segundo aliados, trabalha para convencê-lo a endossar seu nome para concorrer contra Lula (PT).

Ao comentar sobre a fragmentação de seu partido e do campo da direita, com a possibilidade de nomes diferentes se lançarem às eleições no cenário sem Bolsonaro, Eduardo voltou a fazer críticas.

“As pessoas que pensam diferente do Bolsonaro, que acham que ele é uma página virada, ainda não têm conforto para dizer isso abertamente e serem eleitas. Elas sabem que precisam de Bolsonaro para sua eleição”, afirmou.

“Então, o que pode ocorrer é uma torcida para que o Bolsonaro esteja fora do jogo, para que isso abra caminho para essa, entre aspas, nova direita. Mas acho que, cada vez mais, você vai depurando”, completou. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

 

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