Sábado, 16 de agosto de 2025

Eduardo Bolsonaro se encontra com secretário dos Estados Unidos que cancelou reunião com o ministro da Fazenda Fernando Haddad

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) divulgou uma foto com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, durante um encontro realizado na última quarta-feira (13), em Washington. A reunião ocorreu no mesmo dia em que Bessent conversaria com seu equivalente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Na quarta-feira, 13 de agosto, tivemos uma excelente reunião com o Secretário do Tesouro, Scott Bessent. É uma oportunidade única poder falar sobre Brasil e Estados Unidos com alguém tão bem preparado. Obrigado, @SecScottBessent, pela receptividade e prestatividade. Que os laços de amizade entre o Brasil e os EUA se tornem ainda mais fortes”, escreveu Eduardo nas redes sociais.

Na última segunda-feira (11), Haddad disse que a reunião que ele teria Bessent para discutir a sobretaxa de 50% imposta aos produtos vendidos pelo Brasil foi cancelada.

Em entrevista à GloboNews, o ministro atribuiu o cancelamento à atuação de forças de extrema direita que mantêm interlocução com a Casa Branca e citou Eduardo Bolsonaro.

O deputado negou ter culpa pelo cancelamento. “Haddad prefere culpar terceiros pela própria incompetência, enquanto Lula só fala besteira por aí e inflama a crise diplomática”, escreveu em nota conjunta com o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo, Eduardo negou interferência.

Eduardo voltou a dizer que não atuou para cancelar a reunião de Haddad e disse que Bessent também não deu nenhuma justificativa para a suspensão da conversa com o ministro da Fazenda.

O deputado, por sua vez, avalia que isso mostra que os EUA não estão dispostos a negociar sem que haja uma concessão política por parte do governo.

O parlamentar diz que ele e Figueiredo pediram o encontro com Bessent e que, na ocasião, apresentaram um balanço sobre os desdobramentos da aplicação da sanção financeira ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Disse que o entendimento dos bancos, segundo reportagens da imprensa, é que só transações em dólares ficariam prejudicadas, o que, para ele, não reflete o cumprimento na íntegra da sanção Magnitsky.

“Nós passamos para ele matérias da imprensa dando conta de que os bancos brasileiros não estavam cumprindo fielmente a Lei Magnitsky”, afirmou.

Segundo ele, o secretário do Tesouro não antecipou que medida tomaria, mas que no encontro, integrantes da pasta lembraram de sanção aplicada a integrantes de um cartel mexicano nesta semana, que tiveram bens bloqueados nos EUA.

“Os bancos que permanecem com conta aberta do Moraes estão correndo um serio risco de serem multados. Primeiro é uma cartinha, mas pode ser multado de fato”, ameaça Eduardo.

O deputado ainda diz que as tarifas de 50% aos produtos brasileiros também foi tema da conversa e que tanto ele como Figueiredo pediram que mais setores no Brasil sejam beneficiados com exceções das sobretaxas. Bessent, porém, não teria dado nenhum indicativo sobre o tema.

Eduardo tornou-se alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) de inquérito aberto em maio a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) justamente por articular medidas contra Moraes e o Brasil nos Estados Unidos.

Nele, a instituição cita os crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado democrático de Direito. A representação também ressalta, no decorrer do texto, o crime de atentado à soberania nacional, previsto no Código Penal.

Eduardo e Figueiredo foram os articuladores da sanção com base na Lei Magnitsky, que pune violadores de direitos humanos, contra Moraes. Por meio dessa legislação, o ministro recebeu uma sanção da Ofac, Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, que pertence ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

Por meio dessa decisão, o governo Trump determina o congelamento de qualquer bem ou ativo que Moraes tenha nos Estados Unidos, e também pode proibir entidades financeiras americanas de fazerem operações em dólares com uma pessoa sancionada. Isso inclui as bandeiras de cartões de crédito Mastercard e Visa, por exemplo. (Com informações da Folha de S.Paulo)

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