Quinta-feira, 14 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 14 de agosto de 2025
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a abordar a possibilidade de os Estados Unidos sancionarem os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
De acordo com o parlamentar, ambos “já estão no radar” das autoridades americanas. Eduardo também reforçou estar pleiteando sanções contra a esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Questionado sobre a possibilidade do tarifaço impactar a vida dos brasileiros, o deputado declarou que a liberdade “vale mais que a economia”.
“Se no futuro nada for feito, talvez aí a gente tenha também o Alcolumbre e o Hugo Motta figurando nessa posição (de sofrer sanções). O que eu sei é o seguinte: eles já estão no radar, e as autoridades americanas têm uma clara visão do que está acontecendo no Brasil e sabem que, por exemplo, o processo de anistia depende de ser iniciado pela mesa do presidente Hugo Motta”, disse Eduardo, em entrevista concedida à BBC News Brasil, nesta quarta-feira.
Além de condicionar que Motta pode se livrar das sanções se pautar a anistia e “dar a oportunidade do Congresso funcionar”, o deputado também abordou, em menção às atividades de Alcolumbre, as assinaturas de senadores bolsonaristas para tratar de um eventual impeachment contra Moraes: “o processo de impeachment já tem 41 assinaturas no Senado e deveria ser ao menos iniciado e tudo está em jogo e acontecendo neste momento”.
Na esteira da ampliação de sanções contra autoridades brasileiras, Eduardo também voltou a falar sobre a possibilidade de punir aliados de Moraes. “Para Alexandre de Moraes, não há qualquer tipo de negociação. Ele tem que ser sancionado com a Lei Magnitsky. Espero que não demore muito para os Estados Unidos aceitarem a minha humilde sugestão que é de sancionar a esposa dele”, declarou, afirmando que a mulher do ministro é seu “braço financeiro”
Para o parlamentar, ainda, deixar o magistrado “isolado”, com a intensificação das punições contra familiares e aliados, é o caminho para o país “retornar a te harmonia entre os Poderes”. “Eu estou disposto a ir às últimas consequências para retirar esse psicopata do poder”, declarou.
Em julho, Eduardo criticou um possível bloqueio das contas bancárias de sua esposa, Heloísa Bolsonaro, que ficam inacessíveis. “Minha esposa, Heloísa, que não é política e nem milita nesta área, teve suas contas bancárias bloqueadas sem qualquer justificativa legal. Trata-se provavelmente de mais um ato arbitrário ordenado por Alexandre de Moraes”, especulou.
Questionado sobre os impactos econômicos causados pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o Brasil “merece” as sanções pelo fato de o país ser, em sua visão, “uma ditadura”, e por conta das atuações do presidente Lula (PT) e do ministro Alexandre de Moraes.
“Eu não estou preocupado com cálculo eleitoral ou se isso vai aumentar ou diminuir a popularidade. Eu estou preocupado com a liberdade do meu país e a liberdade vem antes da economia”, ressaltou o parlamentar. “Vale a pena lutar. A nossa liberdade vale mais do que a economia”, completou.
Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, publicada na segunda-feira, Eduardo já havia abordado a possibilidade de retaliar Moraes atingindo a esposa do magistrado.
“Acredito que poderia haver uma forte resposta aqui dos EUA, talvez sancionando a esposa de Moraes, que é seu braço financeiro”, disse. “(Ou) Talvez uma nova onda de revogação de vistos dos aliados”, completou.
De acordo com o deputado, o ministro já teria “esgotado suas opções” com a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na semana passada, após o descumprimento de medidas cautelares.
“Sei que (Trump) tem uma gama de possibilidades em sua mesa, desde sancionar mais autoridades brasileiras, até uma nova onda de retirada de vistos e questões tarifárias”, afirmou o deputado.