Quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Eleições 2026: Bolsonaro sofre reveses e vê seu prejuízo ser ampliado por causa de prisão e troca de farpas entre aliados

O ex-presidente Jair Bolsonaro acumulou reveses nos últimos dias com a conversa entre Lula e Donald Trump, o projeto da anistia emperrado no Congresso e os seus recursos se esgotando no Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele chega à reta final do processo da trama golpista diante de uma possível determinação de regime fechado, com um agravante: a fragmentação do seu grupo político. O ex-presidente se queixou a interlocutores de brigas e trocas de farpas entre aliados.

Na avaliação que externou, o isolamento trazido pela prisão domiciliar, na qual está desde 4 de agosto, tem gerado como consequência essas divergências internas.

A domiciliar foi imposta após o STF entender que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares impostas anteriormente, como não usar redes sociais próprias ou por meio de terceiros. Há duas semanas, o ministro Alexandre de Moraes confirmou a decisão, afirmando haver risco de fuga.

A medida se somou a outras más notícias para o ex-presidente. No último domingo (26), Lula e Trump se encontram pela primeira vez. A expectativa é de que o governo petista consiga, com as negociações, reverter ao menos parte das tarifas comerciais ou reduzir os porcentuais. E, com isso, os bolsonaristas admitem que ele deve lucrar politicamente, como mostrou a Folha.

Lula já vinha numa onda crescente de notícias positivas, em que conseguiu reverter a rejeição ao seu governo, sobretudo calçado no discurso de soberania, em contraposição à atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, nos Estados Unidos.

Em paralelo, o projeto de anistia aos condenados do 8 de Janeiro, principal aposta para evitar uma prisão de Bolsonaro em regime fechado, emperrou no Congresso.

O cenário fica ainda mais agravado em meio a brigas e polêmicas públicas no seu campo político. Na avaliação de um interlocutor, com o ex-presidente afastado do dia-a-dia das discussões políticas, seu grupo se dispersou e cada um atua como for melhor para si. Bolsonaro acreditaria que, se não estivesse preso, poderia ter sentado com aliados e resolvido suas diferenças.

Um dos exemplos citados por seus interlocutores é o da discussão nas redes sociais entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI).

Caiado disputa o espólio eleitoral da direita ao Planalto e acusa Ciro de se colocar como “porta-voz” do Bolsonaro, “o que não é”. O senador, por sua vez, disse que ele estava com tempo para polêmicas vazias. “Nosso adversário é Lula. Caiado, pode falar qualquer coisa: você está certo. Satisfeito?”.

Intermediários entraram no circuito, e Caiado deve ter uma conversa com Bolsonaro nas próximas semanas, a primeira entre os dois desde que o ex-presidente foi preso. Nesse período, ele esteve com Ciro Nogueira duas vezes.

Na época, o governador de Goiás defendeu à Folha que a direita tivesse mais de um nome concorrendo contra Lula (PT) em 2026. Para ele, um candidato sozinho contra o governo federal será colocado numa “máquina de triturar” que ninguém aguenta.

O senador, por sua vez, defende uma união dos presidenciáveis em torno de um nome único, o mais viável eleitoralmente -hoje, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O embate sobre quem será o candidato apoiado por Bolsonaro em 2026 é o que tem suscitado a maior parte das discussões hoje na direita.

Bolsonaro já está inelegível e agora enfrenta outra condenação, criminal, pela atuação na trama golpista, cuja pena é de 27 anos e três meses de prisão.

 

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