Segunda-feira, 03 de novembro de 2025

Eleições 2026: Nome de Tarcísio enfrenta resistência entre mulheres

Cotado para disputar a Presidência da República em 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enfrenta um desafio em um segmento decisivo do eleitorado: as mulheres. Pesquisas de intenção de voto e de avaliação de governo indicam que, assim como o seu padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador tem maior apelo entre os homens.

Em nota, a gestão estadual disse que “atua de forma firme e transparente, desde o primeiro dia de trabalho, na promoção de políticas públicas voltadas à proteção, acolhimento e autonomia feminina”. Acrescentou ainda que, sob o governo Tarcísio, foi criada uma secretaria dedicada exclusivamente às demandas das mulheres, além de um movimento, chamado “SP Mulher”, voltado a ampliar a visibilidade das políticas públicas.

“Dessas novas práticas nasceram programas importantes em áreas como Desenvolvimento Social, Saúde, Educação e Segurança. Na área da segurança, por exemplo, foram criados o protocolo Não se Cale, o app Mulher Segura, as Cabines Lilás, o Ônibus SP Por Todas, o Programa Abrigo Amigo e um programa de ampliação das DDMs 24h”, disse a gestão.

Um levantamento da Paraná Pesquisas, divulgado em 14 de outubro, deixa evidente a disparidade de Tarcísio entre os gêneros. Num cenário em que disputa a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes contra Geraldo Alckmin (PSB), Erika Hilton (PSOL), Paulo Serra (PSDB) e Luiz Felipe d’Ávila (Novo), o governador soma 48,3% das intenções de voto. O índice, no entanto, chega a 55,8% entre os homens e passa para 41,7% entre as mulheres.

Outras pesquisas apontam na mesma direção. Com três meses de mandato, pesquisa Datafolha mostrou que 44% dos paulistas avaliavam o governo Tarcísio como ótimo ou bom — 46% dos homens e 43% das mulheres. Dois anos e quatro meses depois, o quadro mudou: a aprovação geral oscilou para 41%, com o apoio masculino se mantendo no mesmo patamar e o feminino indo para 37%.

A diferença de desempenho entre os gêneros destoa do observado em gestões tucanas no Estado. Alckmin, por exemplo, tinha 52% de aprovação entre as mulheres e 51% entre os homens no Datafolha feito dois anos e cinco meses após o início de seu terceiro mandato em São Paulo. José Serra, com o mesmo tempo de gestão, aparecia com 56% de ótimo e bom entre as eleitoras e 55% entre os homens.

Analistas elencam uma série de razões para explicar essa diferença. Para Renato Dorgan, especialista em pesquisa eleitoral e CEO do Instituto Travessia, o eleitorado feminino tende a ser mais preocupado com a gestão e com o desempenho do governo em áreas como educação, transporte e segurança, justamente setores em que levantamentos qualitativos indicam maior desgaste para a administração Tarcísio.

“A imagem do Tarcísio, em geral, é maior do que a do próprio governo. Mas, no caso das mulheres, elas estão mais preocupadas com a gestão. E as pesquisas qualitativas indicam que o governo de São Paulo não tem sido bem avaliado em áreas sensíveis, como educação e transporte. As mulheres são as que mais sofrem com a superlotação dos trens e metrôs, por exemplo. Também há problemas na segurança pública, principalmente na capital paulista e na Região Metropolitana”, explica o especialista. Com informações do portal Estadão.

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