Terça-feira, 24 de junho de 2025

Eleições presidenciais do ano que vem: tática de Bolsonaro bloqueia nome alternativo da direita

Com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível e réu por tentativa de golpe de Estado, a direita busca um outro nome para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2026. Porém, a insistência de Bolsonaro no discurso de que será candidato tem bloqueado qualquer articulação nesse sentido. O cenário atual na direita é de congestionamento, com mais de meia dúzia de possíveis postulantes.

Cientistas políticos ouvidos pelo Estadão avaliam que é pouco provável que a direita consiga se unir em torno de uma candidatura única no primeiro turno.

Entre os fatores que favorecem essa fragmentação estão o interesse dos partidos em ampliar suas bancadas no Congresso e a movimentação de figuras da direita em busca de projeção nacional, já de olho no cenário pós-Lula e pós-Bolsonaro.

No início deste mês, a consultoria de análise de risco político Dharma enviou a clientes um relatório, ao qual a reportagem teve acesso, afirmando que o cenário mais provável para 2026 é justamente a divisão da direita na primeira fase da disputa.

Segundo a consultoria, a estratégia busca ampliar a ocupação de espaços no Congresso, permitindo que cada partido faça uma maior concentração de recursos e esforços nas eleições legislativas, com o objetivo de maximizar o uso dos Fundos Partidário e eleitoral, além das emendas parlamentares.

O cientista político e CEO da Dharma, Creomar de Souza, avalia que o principal obstáculo para as articulações da direita vem dos partidos do Centrão. “O movimento desses partidos é claro: evitam se comprometer com um nome para a Presidência, mas atuam de forma incisiva para garantir uma posição estratégica nas eleições de 2026”, diz.

Protagonismo

Outro fator para essa divisão é a busca por protagonismo mirando não só o ano que vem, como também as eleições de 2030, quando nem Lula nem Bolsonaro devem ser candidatos. Assim, o pleito de 2026 é visto como uma oportunidade para que novos nomes ganhem visibilidade. Independentemente das chances de vitória, essas candidaturas podem abrir caminho para 2030.

A tese de renovação geracional se apoia tanto na idade de Lula como na situação jurídica de Bolsonaro. Em 2026, Lula vai completar 81 anos e, se for reeleito, vai terminar seu quarto mandato aos 86. Já Bolsonaro, de 70 anos, está inelegível até 2030, enfrenta ação penal no Supremo Tribunal Federal, com risco de prisão – o que o afastaria das urnas por tempo indeterminado.

Em maio, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), expressou visão semelhante ao dizer que é hora de uma nova geração assumir o protagonismo. Ele é um potencial candidato em 2026.

Outros nomes da direita que surgem como candidatos são os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Eduardo Leite (PSD), do Rio Grande do Sul; e Romeu Zema (Novo), de Minas. Também são cotados a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e Eduardo Bolsonaro (PL). (Com informações do Estado de S. Paulo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Em audiência de custódia, ex-assessor de Bolsonaro nega ter tido contato com Cid
Outra acareação nesta terça entre integrantes do governo Bolsonaro: ex-ministro da Justiça com ex-comandante do Exército Brasileiro
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play