Quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 10 de dezembro de 2025
Durante manifestação realizada nessa quarta-feira (10) pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) em frente ao Palácio Piratini, no Centro Histórico de Porto Alegre, o governador Eduardo Leite reiterou o compromisso de defender e dialogar com os protagonistas do agronegócio gaúcho. “A pauta é justa e legítima”, ressaltou, de microfone em punho, do alto de um carro de som.
Ele fez um balanço das políticas estaduais implementadas desde o unício de sua gestão, tais como os programas “Milho 100%” (com subvenção total ao ceral), “Juventude Rural” (mediante recursos suplementares garantidos) e “Terra Forte” (prevendo até R$ 30 mil em subsídios a milhares de famílias). Também mencionou medidas de apoio ao segmento leiteiro e o investimento de R$ 300 milhões em correção de solo, aliado ao trabalho técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
Leite também reafirmou que o governo estadual continuará ampliando programas locais, como o de correção de solo, apoio às forrageiras e políticas de juventude rural. Fez a ressalva, contudo, de que a solução para o endividamento dos produtores exige a adoção de medidas federais.
O chefe do Executivo também atualizou a categoria sobre a suas tratativas em Brasília (DF) nas últimas semanas, com foco na articulação em defesa da votação do projeto de lei (PL) nº 5.122/2023 no Senado. A mobilização inclui apelos por correção de entraves da Medida Provisória (MP) nº 1.314.
Ele explicou que a prposta 5.122 prevê a liberação de até R$ 30 bilhões do Fundo Social, formado por receitas do pré-sal, para refinanciar dívidas de produtores afetados por estiagens e perdas consecutivas. Já no que se refere à MP, destacou que o texto disponibiliza R$ 12 bilhões, mas hoje apenas cerca de 20% dos agricultores conseguem acessar os recursos devido às exigências impostas pelos bancos:
“É muito claro que a MP, do jeito que está, não atinge seu objetivo e precisa ser ajustada. Nossa preferência é a votação do PL 5.122. Mas, se o governo federal topar trazer a MP para perto do projeto, o que importa é que o dinheiro chegue aos produtores”.
Segundo ele, o Fundo Social deve movimentar cerca de R$ 1 trilhão na próxima década: “A demanda dos agricultores representa apenas parte desse montante, mas é decisiva para recuperar a capacidade produtiva do Estado”.
“Nem sempre agrado a todos”
“Tem gente que gosta de discurso inflamado, mas o meu jeito de governar é diferente”, frisou em um dos trechos de sua fala para centenas de manifestantes posicionados na Praça da Matriz e entorno desde o início da manhã, apesar da chuva intermitente. “Nem sempre agrado a todos, porque não estou voltado para o aplauso imediato.”
Por fim, o governador gaúcho afirmou: “Meu foco é trabalhar onde realmente faz diferença, por dentro do sistema, destravando processos, removendo entraves, abrindo caminhos concretos para que o dinheiro chegue ao produtor. Vamos seguir juntos até o fim”.
(Marcello Campos)