Terça-feira, 07 de outubro de 2025

Em Brasília, o governador gaúcho reforça ao presidente Lula as demandas do RS pós-enchentes

Durante audiência nessa quarta-feira (21) em Brasília, o governador gaúcho Eduardo Leite voltou a pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o aprimoramento de medidas federais já anunciadas para reconstrução do Estado após as enchentes de maio. O encontro foi o primeiro após a troca pública de farpas entre ambos durante a mais recente visita de Lula ao Rio Grande do Sul, no dia 16.

De acordo com o governador, a conversa, que durou mais de uma hora, foi “amistosa”. Também participaram os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Paulo Pimenta, que assumiu a Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul.

“Elencamos as ações que o governo federal fez, tomou providências que nós reconhecemos e agradecemos, mas sinalizamos os pontos que a gente entende que merecem urgentemente aprimoramentos para fazer com que essas medidas sejam efetivas”, disse Leite após o encontro.

Dentre as medidas que precisam ser revistas, no ponto-de-vista de Eduardo Leite, está o programa de manutenção de emprego e renda, que atende empresas atingidas pela calamidade. O governo avalia que as regras ficaram “engessadas”, o que acaba limitando o acesso das empresas aos recursos disponibilizados pelo governo federal.

A proposta do governo estadual é para que empresas que estão fora da chamada “mancha de inundação”, ou seja, que não foram alagadas, mas que sofreram impactos por conta da situação de calamidade, também sejam contempladas pelo programa.

Leite também pediu ao petista que reconsidere as regras dos programas de financiamento anunciados pelo Executivo e que promovem subsídios de juros. Por último, pediu intercessão sobre a proposta de renegociação da dívida dos Estados. Segundo ele, a solução apresentada no Senado Federal não contempla o Rio Grande do Sul.

À imprensa, o governador declarou que há “um descompasso entre o apoio que é anunciado e o apoio que se está efetivando lá na ponta”, pelo governo Lula, que é preciso compatibilizar esforços entre os governos. Ele finalizou dizendo que há uma necessidade de definir a governança da implementação de alguns projetos, ou seja, de decidir quem será a competência de cada obra anunciada.

“Pode brigar…”

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), comentou sobre a relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (21) antes da reunião entre os dois no Palácio do Planalto. Segundo o tucano, ainda que haja brigas públicas, é preciso “sentar e conversar”.

“A reunião vai ser uma boa oportunidade de diálogo, como eu sempre disse. A gente pode ter divergência, a gente tem diferença. A gente pode até brigar e debater publicamente como as nossas funções públicas exigem, mas nunca deixar de sentar e conversar para construir soluções para a população”, disse após participação no evento do Consad (Conselho Nacional de Secretários de Administração), ocorrido na capital federal.

Após “troca de recados” entre os dois na semana passada, o gaúcho volta a Brasília para negociar com o presidente obras de drenagem no estado que serão financiadas pelo governo federal através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Em evento no Rio Grande do Sul na última sexta-feira (16), Leite disse que “gaúcho não é ingrato”, respondendo ao presidente, que havia dito em entrevista que o governador deveria “agradecer” pelo tratamento que o governo federal dá ao Rio Grande do Sul.

Em outra ocasião, o tucano afirmou em entrevista que o governo Lula fez “muita propaganda” e pouca ajuda chegou ao RS.

Obras do PAC

O governo federal anunciou a destinação de R$ 7,4 bilhões em investimentos para obras no RS. A maior parte, R$ 6,5 bilhões, será destinada a obras de drenagem para prevenir desastres naturais como o que ocorreu em maio deste ano.

Cerca de 61 projetos em 52 municípios serão beneficiados pelos recursos no Estado. “É uma conversa com o presidente. É uma conversa de avaliação sobre tudo que nós já conseguimos avançar, os problemas, onde é que a gente tem que avançar mais, o que a gente precisa de melhorias”, disse o governador.

“Uma conversa franca, aberta e também sobre os temas, para definir responsabilidades sobre as medidas de projetos para a contenção de cheias. Tem uma série de pontos que precisam ser definidos no processo de reconstrução do estado”, concluiu Leite.

(Marcello Campos)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Rio Grande do Sul

RS mantém primeiro lugar em eficiência da máquina pública e avança em cinco indicadores do ranking de competitividade dos Estados
Tribunal do Júri condena acusados de arrancar os genitais e matar homem no interior do Rio Grande do Sul
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play