Quinta-feira, 03 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 2 de julho de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nessa quarta-feira (2), que pretende retomar o diálogo com o Congresso na próxima semana, após cumprir agendas internacionais. Ele citou os compromissos na cúpula do Mercosul, na Argentina, e na reunião dos BRICS, no Rio de Janeiro, e disse que, ao retornar, buscará uma reaproximação com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em nome da “normalidade política” no País.
“Eu vou para a Argentina receber a presidência do Mercosul, depois vou participar dos BRICS no Rio de Janeiro e, quando voltar, vou conversar tranquilamente com Hugo (Motta) e Davi Alcolumbre. Vamos voltar à normalidade política desse país”, declarou Lula em entrevista ao Jornal da Manhã, da TV Bahia, afiliada da Globo.
A fala ocorre em meio à escalada de tensão entre Executivo e Legislativo. O presidente acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso de derrubar os decretos que aumentavam o Imposto sobre Operações Fiscais (IOF), medida que classificou como essencial para manter o governo em funcionamento.
“O presidente tem que governar o país, e decreto é coisa do presidente. Você pode ter um decreto legislativo quando há inconstitucionalidade. O governo tem o direito de propor ajustes no IOF, sim. Estamos propondo um reajuste tributário para beneficiar os mais pobres. O dado concreto é que os interesses de poucos prevaleceram na Câmara e no Senado, o que é um absurdo”, afirmou.
Segundo Lula, quando não há entendimento entre os Poderes, cabe ao Judiciário mediar:
“Sou agradecido ao Congresso, mas, se eu não recorrer à Suprema Corte, não consigo governar. Cada macaco no seu galho: eles legislam, eu governo. (…) O erro foi descumprir um acordo fechado num domingo na casa do Hugo Motta. Na terça-feira, o presidente da Câmara tomou uma decisão absurda. Eles têm seu direito, e eu tenho o meu. Quando não nos entendemos, a Justiça resolve.”
Taxação dos ricos
Na Bahia, Lula participou das comemorações do Dois de Julho, data que celebra a expulsão das tropas portuguesas e marca a consolidação da independência do Brasil.
Ao desfilar, Lula não discursou, mas segurou um cartaz defendendo a taxação dos ricos. A medida tem sido abordada pelo presidente desde as eleições, mas enfrenta dificuldades no Congresso.
“Quando a gente coloca que as pessoas que ganham mais de meio milhão paguem um pouco mais, gera uma rebelião”, disse Lula, em evento no Palácio do Planalto na terça-feira (1º). (Com informações do jornal O Globo)