Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 18 de abril de 2023
Principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa encerrou o dia praticamente no zero a zero, operando próximo da estabilidade, depois de o governo entregar ao Congresso Nacional o projeto do novo arcabouço fiscal. O índice terminou essa terça-feira (18) registrando uma leve alta de 0,14%, aos 106.163,23 pontos, depois de operar boa parte do dia no vermelho. O sinal começou a se inverter por volta das 16 horas, quando foi tornado público o texto do projeto.
A nova âncora fiscal deve substituir o teto de gastos, caso seja aprovada pelo Legislativo. Algumas despesas ficarão fora da regra, como já acontece com o teto de gastos.
Dólar
No fechamento do mercado brasileiro, o dólar foi negociado a R$ 4,976, uma alta de 0,78%. Na cotação máxima do dia, a moeda americana foi vendida a R$ 4,997. A mínima foi de R$ 4,913.
Além de as atenções do mercado estarem voltadas ao arcabouço fiscal, os investidores também repercutiram, no cenário externo, o bom resultado da economia chinesa no primeiro trimestre deste ano.
Dados divulgados pelo país asiático nesta terça mostram que o PIB da China cresceu 4,5% nos três primeiros meses de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado veio acima das estimativas.
Mercados
O principal destaque dessa terça ficou com a expectativa pelo envio do novo arcabouço fiscal ao Congresso Nacional. O texto trouxe mais detalhes sobre os mecanismos de controle das contas públicas no País.
Arcabouço prevê lista de despesas que não serão enquadradas na nova regra fiscal
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse em entrevista ao programa Conexão, da GloboNews, que há um compromisso do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de votar o texto com rapidez. Segundo Guimarães a matéria deverá ser analisada pela Casa em até 20 dias.
Outro fator que também segue na mira do mercado são as falas do ministro Fernando Haddad, que hoje voltou atrás e decidiu manter a isenção para transações internacionais entre pessoas físicas até US$ 50. Segundo Haddad, a decisão veio após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedir o recuo na medida e que a equipe econômica buscasse resolver a questão administrativamente.
Na agenda internacional, o Departamento Nacional de Estatísticas da China informou, na noite de ontem, que o Produto Interno Bruto (PIB) do País no primeiro trimestre cresceu 4,5% na comparação anual. O crescimento é maior que os 2,9% do trimestre anterior e supera as previsões dos analistas de uma expansão de 4%.
Os investidores têm observado atentamente os dados do primeiro trimestre em busca de pistas sobre a força da recuperação chinesa depois que Pequim suspendeu as restrições da covid. Os dados mostraram que a economia da China cresceu em um ritmo mais rápido do que o esperado, mas de forma desigual.
Por um lado, consumo, serviços e gastos com infraestrutura estão se recuperando, enquanto há desaceleração nos preços e aumento nas poupanças bancárias, levantando dúvidas sobre a demanda.
Já nos resultados corporativos, as atenções estão nos bancos dos Estados Unidos. Goldman Sachs Group Inc, Bank of America Corp e Bank of New York Mellon Corp estão entre as empresas financeiras que divulgam seus resultados no dia.
Os resultados dos grandes bancos trazem sinais do impacto do aumento da taxa de juros nos EUA par ao setor bancário. Depois da quebra de bancos médios no país, surgiram preocupações sobre quebras no mercado financeiro. Até o momento, contudo, resultados corporativos sólidos afastaram os temores de crise.
Com a situação e dados econômicos mistos, ganharam apoio as apostas de que o Fed aumentará os juros em 25 pontos-base em maio e fará uma pausa antes de cortar as taxas na segunda metade do ano.