Terça-feira, 30 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 29 de dezembro de 2025
Em um dia marcado por baixo volume de negociações e agenda esvaziada, o dólar encerrou essa segunda-feira (29) em alta frente ao real. A moeda norte-americana avançou 0,48%, fechando cotada a 5,571 reais. O movimento ocorreu em meio ao aumento das remessas de dividendos e de outros pagamentos ao exterior, fenômeno recorrente no fim do ano, quando empresas e investidores ajustam seus fluxos financeiros.
Em dezembro, esse movimento foi intensificado pelas mudanças no Imposto de Renda aprovadas em outubro, que preveem a tributação de parte dos dividendos a partir de 2026, levando agentes econômicos a anteciparem operações.
No mercado acionário, o Ibovespa registrou queda de 0,25%, encerrando o pregão aos 160.490,30 pontos. O desempenho acompanhou o comportamento das bolsas norte-americanas, que também operaram em baixa ao longo do dia, refletindo a cautela dos investidores em um cenário de poucas novidades relevantes no noticiário internacional e doméstico. A ausência de fatores externos mais claros contribuiu para uma postura mais defensiva por parte dos participantes do mercado.
Com o noticiário político e econômico relativamente esvaziado, os investidores direcionaram a atenção para indicadores domésticos divulgados ao longo do dia. Entre eles, destacou-se o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador, que incorpora preços no atacado, custos da construção e variações no varejo, e é frequentemente utilizado como referência para reajustes contratuais, encerrou 2025 em terreno negativo, com queda acumulada de 1%. O resultado reforça a percepção de desaceleração inflacionária ao longo do ano.
O comportamento do IGP-M também é acompanhado de perto por servir como um sinalizador para a inflação ao consumidor, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nesse sentido, as expectativas do mercado vêm sendo gradualmente ajustadas.
De acordo com o mais recente Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, as projeções dos analistas apontam para revisões paulatinas para baixo tanto nas estimativas de inflação para o fechamento de 2025 quanto para 2026, indicando uma leitura mais moderada sobre a dinâmica de preços.
No campo fiscal, os dados divulgados pelo Tesouro Nacional durante a tarde reforçaram a preocupação com a trajetória das contas públicas. O resultado fiscal do governo federal em novembro mostrou que, no acumulado de 2025 até o mês passado, o déficit primário atingiu 83,8 bilhões de reais.
No mesmo período de 2024, o déficit havia sido de 67 bilhões de reais, em termos nominais. A comparação evidencia uma deterioração do resultado fiscal, tema que segue no radar de investidores e analistas, dada sua relevância para as expectativas econômicas de médio e longo prazo. (Com informações da revista Veja)