Domingo, 06 de julho de 2025

Em discurso de abertura do Brics, Lula critica aumento de gastos militares da Otan

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou neste domingo (6) na 17ª Cúpula do Brics — que ocorre no Rio de Janeiro e vai até esta segunda (7). Conforme Lula, o encontro ocorre em um momento de “cenário global mais adverso”, com “número inédito de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial”.

Além disso, o chefe do Executivo criticou guerras, em oposição às expectativas iniciais de deixar o assunto para um segundo plano. Também afirmou que decisão recente da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) — em aumentar gastos com defesa — alimenta a corrida armamentista.

“É mais fácil destinar 5% do PIB para gastos militares do que alocar os 0,7% prometidos para Assistência Oficial ao Desenvolvimento”, disse.

“Isso evidencia que os recursos para implementar a Agenda 2030 existem, mas não estão disponíveis por falta de prioridade política. É sempre mais fácil investir na guerra do que na paz”, prosseguiu o presidente. Segundo ele, falta “prioridade política”.

Na ocasião, ao citar a Organização das Nações Unidas (ONU), Lula afirmou que o mundo presenciou o “colapso do multilateralismo”. E que as reuniões do Conselho de Segurança da ONU reproduzem um enredo que todos conhecem: de “perda de credibilidade e paralisia”.

O Brics é um grupo formado por 11 países membros e outros parceiros que funciona como foro de articulação político-diplomática do Sul Global e de cooperação em várias áreas.

Entre os objetivos estão fortalecer a cooperação econômica, política e social entre seus membros e promover um aumento da influência dos países do Sul Global na governança internacional. Ao todo, incluindo os parceiros, o grupo é formado por 21 países do Sul Global — nações em desenvolvimento da América Latina, África, Ásia e Oceania.

Membros-fundadores (em 2009)

– Brasil
– Rússia
– Índia
– China
– A África do Sul entrou no ano seguinte, e a sigla ganhou o S de South Africa, virando Brics.

Membros efetivos

– Arábia Saudita
– Egito
– Emirados Árabes Unidos
– Etiópia
– Indonésia
– Irã

Países parceiros

– Belarus
– Bolívia
– Cazaquistão
– Cuba
– Malásia
– Nigéria
– Tailândia
– Uganda
– Uzbequistão

Anualmente, os chefes de Estado se encontram para debater os eixos sugeridos e assinar a declaração conjunta. O Brasil assumiu a presidência do bloco em 1º de janeiro de 2025 e escolheu o Rio de Janeiro — mais precisamente o Museu de Arte Moderna, o MAM — para sediar a cúpula. Mas Vladimir Putin e Xi Jinping não vieram — o russo participará remotamente, e o chinês mandou o premiê.

Segundo o presidente brasileiro, a representatividade e a diversidade do Brics torna o bloco capaz de promover a paz, prevenir e mediar conflitos. Nesse contexto, Lula reforçou a ideia de reforma do Conselho de Segurança da ONU.

O grupo vive hoje um de seus momentos mais delicados, com guerras em curso, disputas comerciais e novos integrantes com agendas fortes. Segundo especialistas, um dos desafios do Brasil é evitar uma guinada antiocidental no grupo.

Para manter sua posição de neutralidade nos conflitos globais, ainda segundo esses especialistas, o Brasil deve contrapor posição dos países mais fortes do Brics, como China e Rússia. Com informações do portal de notícias g1.

 

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