Sexta-feira, 13 de junho de 2025

Em discurso, Lula diz que só pode ser milagre ele ser presidente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (12) que ele está no cargo por um milagre. Em um discurso no Estado de Minas Gerais com referências religiosas, afirmou que “se duvidar” será reeleito novamente e que o país não será governado pela extrema direita.

“Duvido que tenha um presidente que tenha feito metade do que eu fiz. Sou um cara agradecido a Deus. Um cara filho da Dona Lindu virar presidente só pode ser milagre. Uma, duas, três vezes, e se duvidar é a quarta vez. Se preparem, esse país não vai cair na mão da extrema direita”, disse Lula, em cerimônia sobre o acordo de reparação da tragédia de Mariana (MG).

O presidente também criticou seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), e voltou ao citar a palavra “milagre” em relação ao seu mandato.

“Nós estamos fazendo um milagre nesse País. Primeiro recuperamos várias coisas que tinham acabado, como o Minha Casa Minha Vida, que vamos entregar 3 milhões de casas até o fim do mandato”, disse.

“Eu duvido que vocês digam, mesmo aquele que for mais bolsonarista, que diga uma obra que o Bolsonaro fez em Minas”, completou Lula.

O petista já tinha repetido o mesmo questionamento sobre o ex-presidente ao governador de Minas, Romeu Zema (Novo), em março, quando estiveram em um evento juntos no estado. Desta vez, porém, Zema não participou da cerimônia, e recebeu críticas de ministros aliados de Lula.

Popularidade

Pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Datafolha sinaliza para uma nova variação negativa na avaliação do governo do presidente Lula. A taxa dos que classificam a gestão federal como “ruim” ou “péssima” oscilou de 38%, em abril, para 40% agora, enquanto o percentual dos que a consideram “boa” ou “ótima” variou na direção oposta, de 29% para 28%. Outros 31% classificam o governo Lula como “regular”.

Os resultados do novo levantamento, publicados pelo jornal “Folha de S.Paulo”, revertem parte da recuperação de imagem que havia sido ventilada pela pesquisa anterior. Após o governo ter atingido um pico de reprovação em fevereiro (41%), o levantamento seguinte indicou que a distância entre os que reprovam e os que aprovam a gestão Lula havia diminuído de 17 pontos percentuais para 9 pontos. Agora, o intervalo entre os dois grupos é de 12 pontos.

A oscilação negativa captada na pesquisa reflete os impactos da crise provocada pelo escândalo dos desvios de benefícios pagos a aposentados e pensionistas do INSS, que levou à queda do ministro Carlos Lupi (Previdência Social) e foi explorada pela oposição nas redes sociais.

Com a ressalva de que pesquisas de institutos distintos não devem ser diretamente comparadas, é possível constatar uma conversão dos resultados do Datafolha com os do levantamento divulgado na semana passada pela Quaest, que indicou serem 43% os que reprovam e 26% os que aprovam o desempenho do governo. Embora com percentuais diferentes, ambos os institutos apontaram para uma deterioração da avaliação do Executivo junto à opinião pública.

O Datafolha indica que o desgaste na imagem da gestão federal foi maior junto à população que tem ensino superior completo. Nesse núcleo, a aprovação ao governo baixou de 31% em abril para 25%. Já entre os mais pobres, que ganham até dois salários mínimos por mês, houve sinais de melhora: a taxa dos que reprovam a administração de Lula passou de 36% para 33%, enquanto os que a aprovam variaram de 30% para 32% em dois meses.

Quando perguntados sobre o trabalho do presidente, 46% disseram aprovar o desempenho de Lula, contra 50% que se dizem insatisfeitos. Em abril, essas taxas eram de 38% e 49%, respectivamente.

 

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