Domingo, 26 de outubro de 2025

Em encontro, presidente dos Estados Unidos quis saber quanto tempo Lula ficou preso e disse que o petista foi “perseguido”

A reunião entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Donald Trump, teve momentos de conversa sobre a vida política do petista e processos judiciais aos quais Lula respondeu.

Segundo apurado pelo jornal O Estado de S.Paulo, Trump chegou a afirmar que Lula foi alvo de perseguição e perguntou quanto tempo o presidente ficou preso por condenações da Operação Lava-Jato. Foram 580 dias. Ambos conversaram neste domingo (26), por 45 minutos, na Malásia.

Os relatos revelam interesse no histórico de Lula e algumas passagens que deixaram em integrantes do governo brasileiro uma sensação de alguma “cumplicidade”. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a conversa foi “descontraída” e “até alegre”. Trump demonstrou interesse na trajetória de Lula e, de forma geral, e aparentou ter estudado um pouco sobre a carreira dele.

“Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República, tendo sido perseguido no Brasil, se recuperado, provado sua inocência, voltado a se apresentar e, vitoriosamente, conquistado o terceiro mandato”, relatou Vieira.

Trump no Brasil, Lula nos EUA?

Segundo outros dois relatos, ambos de autoridades do Planalto, Trump usou o termo “perseguido” para se referir aos processos penais contra Lula. Os dois ainda combinaram de fazer visitas ao Brasil e aos Estados Unidos, em data a ser agendada.

Na parte pública da reunião, Lula quis encerrar a participação da imprensa na conversa, que durou 9 minutos. O petista estava visivelmente incomodado e desconforável com a sessão. Achou que a interação já durava demais e que estava consumindo tempo que ele queria usar em negociação. Trump assentiu e debochou dizendo as que as perguntas estavam entediantes.

A Presidência da República era contra a presença de jornalistas, mas como os EUA exigiram, defendeu que então deveria haver reciprocidade e a participação dos brasileiros. Houve um tumulto na hora do acesso à sala, porque o serviço secreto americano, que controlava a entrada, quis colocar primeiro os jornalistas credenciados na Casa Branca.

O petista e o americano se sentaram em poltronas estampadas azuis, a um metro de distância, separados por uma mesa com um vaso de flor e dois copos de água com gás. Posaram para uma foto sorrindo, um ativo político do Palácio do Planalto. Para o governo Lula, o saldo foi positivo.

Apesar de não terem revertido de imediato ou suspendido as tarifas, Trump deu ordens para que seus secretários se reúnam ainda neste domingo, à noite, em Kuala Lumpur, dando sentido de urgência ao assunto, como queria o governo Lula.

O presidente entregou a ele uma pasta vermelha com o brasão da Presidência da República e elementos da crise política e comercial, com a argumentação do Brasil sobre temas econômicos e políticos.

Em frente às câmeras, o republicano foi questionado sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e respondeu apenas que “sempre gostou dele” e que se entristeceu com a condenação por golpe de Estado, porque ele “passou por muitas coisas”.

Quando um jornalista insitiu para saber se trataria da condenação de Bolsonaro na conversa com Lula, Trump respondeu: “Não é da sua conta”. “Eu sempre gostei dele, fiquei muito mal com o que aconteceu com ele”, respondeu o americano, sem dizer se desejava tratar do tema. “Sempre achei que ele era um cara honesto, mas ele já passou por muita coisa.”

Em privado, foi Lula quem resgatou o caso do adversário e ex-presidente, para explicar que havia provas robustas e que o caso era julgado de forma independente pelo Judiciário, sendo injustas as punições a ministros do Supremo – como a cassação de vistos e de a Lei Magnitsky. (Com informações de O Estado de S.Paulo)

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