Segunda-feira, 09 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 9 de junho de 2025
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), confirmou nesta segunda-feira (9) que o ex-presidente pressionou, em 2022, o então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira em relação a um relatório sobre a lisura do processo eletrônico de votação.
Cid deu a declaração durante interrogatório na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). Delator, ele foi o primeiro réu a depor nesta fase do processo penal contra o chamado “núcleo crucial” da trama golpista.
Indagado sobre o relatório por Alexandre de Moraes, o ex-ajudante de ordens confirmou que Bolsonaro queria um documento “duro” contra as urnas eletrônicas.
Ele contou que Paulo Sérgio, após as eleições, já estava com um relatório pronto sobre as urnas e que estava com uma reunião marcada no Tribunal Superior Eleitoral para entregar as conclusões, mas que desmarcou o compromisso por pressão de Jair Bolsonaro.
Questionado sobre como Bolsonaro pressionou o general Paulo Sérgio Nogueira, Cid respondeu:
“Eu não sei se foi por ligação, por conversa particular, mas essa pressão realmente existia. O general Paulo Sérgio tinha uma conclusão nesse documento voltado para um lado mais técnico e se tinha a tendência de fazer algo voltado mais para o lado político. E acabou que, no final, chegou-se a um meio termo que foi o documento que foi produzido e assinado”, afirmou Cid.
Cid disse não se recordar se houve pressão sobre Paulo Sérgio para que um novo documento sobre o tema fosse produzido após a entrega do primeiro.