Sábado, 19 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 19 de julho de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu neste sábado (19), na residência oficial do Palácio da Alvorada, com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
O encontro, que não estava previsto na agenda do presidente, ocorreu no dia seguinte ao anúncio pelo governo dos Estados Unidos de revogação dos vistos americanos do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, “de seus aliados e de seus familiares imediatos”.
Em nota divulgada neste sábado, Lula manifestou “solidariedade e apoio” aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos pela revogação de vistos dos Estados Unidos. Ele classificou a medida como sendo “arbitrária e sem fundamento’.
Lula chamou Vieira ao Alvorada para discutir os planos da viagem que o presidente fará neste domingo (20) ao Chile. Na segunda-feira (21), Lula participa de uma cúpula sobre democracia ao lado dos presidentes do Chile, Gabriel Boric; Uruguai, Yamandu Orsi; e Colômbia, Gustavo Petro. O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchéz também é aguardado.
De acordo com interlocutores, entretanto, no encontro Lula também discutiu com Vieira e outros auxiliares a crise com os EUA.
Tarifaço dos EUA
Na semana passada, Trump enviou uma carta pública ao presidente Lula anunciando uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A nova taxa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. Este tema também deve ser abordado por Lula no encontro em Santiago do Chile.
Ao justificar a elevação da tarifa sobre o Brasil, Trump citou Jair Bolsonaro (PL) e disse ser “uma vergonha internacional” o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal.
No documento, o republicano afirmou, sem provas, que sua decisão de aumentar a taxa sobre o país também foi tomada “devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.
Após o anúncio, o presidente Lula afirmou que o Brasil “não aceitará ser tutelado por ninguém” e que o aumento unilateral de tarifas sobre exportações brasileiras será respondido com base na Lei da Reciprocidade Econômica.
Desde então, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, vem se reunindo com setores da economia para traçar uma estratégia que evite o tarifaço. Segundo ele, a ideia do governo é resolver tarifaço até dia 31, sem precisar pedir adiamento.
De acordo com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), o aumento da tarifa de importação dos Estados Unidos a produtos brasileiros tem o potencial de afetar quase 10 mil empresas brasileiras que exportam para o país. Essas empresas, por sua vez, empregam 3,2 milhões de pessoas no Brasil.