Sexta-feira, 09 de maio de 2025

Em meio à disputa entre Estados Unidos e China; México, Índia e Vietnã aparecem à frente do Brasil na corrida para atrair empresas

México, pela vizinhança com os EUA, e Vietnã e Indonésia, próximos da China, devem ser grandes beneficiados pelo movimento de descentralização das linhas de produção. Brasil pode tirar vantagem de energia limpa.

O Brasil está longe de ser o principal beneficiado pela guerra comercial entre Pequim e Washington, ou da estratégia das empresas de descentralizar suas linhas de produção e aproximá-las do mercado consumidor – movimento conhecido como “nearshoring”. Por ora, México, Índia e Vietnã têm disputado essa posição. Ainda assim, o País é visto como um destino em potencial para novos investimentos de multinacionais.

Para analistas, o Brasil deve fazer parte de um segundo pelotão de países favorecidos pelas mudanças na ordem econômica global esperadas para os próximos anos. Nessa corrida, os mexicanos saem na frente por fazerem fronteira com os Estados Unidos, o maior mercado consumidor do mundo.

Os asiáticos, como Vietnã e Indonésia, têm vantagem pela proximidade com os chineses e são beneficiados também pelo “China plus one” (China mais um, em português), movimento que busca evitar investimentos apenas no gigante asiático, diversificando os negócios entre outros destinos da região. A Índia se beneficia em razão da guerra comercial e pelo tamanho de sua população.

Nesse novo contexto mundial, o Brasil tem como ponto forte seu grande mercado consumidor, a já instalada capacidade da indústria, a possibilidade de exportar para outros países e, principalmente, a produção de energia limpa e barata. Do lado negativo, há o conhecido ambiente de negócios complexo, embora a reforma tributária possa trazer algum alento se aprovada e implementada.

“O Brasil deve ter algum impacto, mas numa escala menor”, afirma Fernando Gonçalves, superintendente de pesquisa econômica do Itaú.

“Greenshoring”

A necessidade de as indústrias desenvolverem cadeias de abastecimento mais sustentáveis e se instalarem em localidades propícias para isso, condição batizada de “greenshoring”, é um fator que pesa favoravelmente ao Brasil. Se esse movimento ganhar força, o País se beneficiaria por dispor de grande oferta de energia solar, eólica e hídrica, que poderia ser usada na fabricação de hidrogênio verde.

“Se a reforma tributária passar no Senado e o País melhorar a infraestrutura, o Brasil pode ser notado como um hub de produção de bens sustentáveis”, diz Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, para quem o Brasil tem uma posição competitiva relativamente boa para atrair investimentos devido à ausência de conflitos militares, a um ambiente de negócios conhecido para países ocidentais (ainda que complexo) e, sobretudo, à matriz energética limpa.

Ex-vice-presidente do Banco Mundial e membro do think tank Policy Center for the New South, Otaviano Canuto concorda sobre o potencial da matriz energética limpa nessa corrida. “O País tem enormes chances de ampliar a produção de energia limpa e pode atrair processos industriais intensivos no uso de energia.”

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Em meio à disputa entre Estados Unidos e China; México, Índia e Vietnã aparecem à frente do Brasil na corrida para atrair empresas

México, pela vizinhança com os EUA, e Vietnã e Indonésia, próximos da China, devem ser grandes beneficiados pelo movimento de descentralização das linhas de produção. Brasil pode tirar vantagem de energia limpa.

O Brasil está longe de ser o principal beneficiado pela guerra comercial entre Pequim e Washington, ou da estratégia das empresas de descentralizar suas linhas de produção e aproximá-las do mercado consumidor – movimento conhecido como “nearshoring”. Por ora, México, Índia e Vietnã têm disputado essa posição. Ainda assim, o País é visto como um destino em potencial para novos investimentos de multinacionais.

Para analistas, o Brasil deve fazer parte de um segundo pelotão de países favorecidos pelas mudanças na ordem econômica global esperadas para os próximos anos. Nessa corrida, os mexicanos saem na frente por fazerem fronteira com os Estados Unidos, o maior mercado consumidor do mundo.

Os asiáticos, como Vietnã e Indonésia, têm vantagem pela proximidade com os chineses e são beneficiados também pelo “China plus one” (China mais um, em português), movimento que busca evitar investimentos apenas no gigante asiático, diversificando os negócios entre outros destinos da região. A Índia se beneficia em razão da guerra comercial e pelo tamanho de sua população.

Nesse novo contexto mundial, o Brasil tem como ponto forte seu grande mercado consumidor, a já instalada capacidade da indústria, a possibilidade de exportar para outros países e, principalmente, a produção de energia limpa e barata. Do lado negativo, há o conhecido ambiente de negócios complexo, embora a reforma tributária possa trazer algum alento se aprovada e implementada.

“O Brasil deve ter algum impacto, mas numa escala menor”, afirma Fernando Gonçalves, superintendente de pesquisa econômica do Itaú.

“Greenshoring”

A necessidade de as indústrias desenvolverem cadeias de abastecimento mais sustentáveis e se instalarem em localidades propícias para isso, condição batizada de “greenshoring”, é um fator que pesa favoravelmente ao Brasil. Se esse movimento ganhar força, o País se beneficiaria por dispor de grande oferta de energia solar, eólica e hídrica, que poderia ser usada na fabricação de hidrogênio verde.

“Se a reforma tributária passar no Senado e o País melhorar a infraestrutura, o Brasil pode ser notado como um hub de produção de bens sustentáveis”, diz Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, para quem o Brasil tem uma posição competitiva relativamente boa para atrair investimentos devido à ausência de conflitos militares, a um ambiente de negócios conhecido para países ocidentais (ainda que complexo) e, sobretudo, à matriz energética limpa.

Ex-vice-presidente do Banco Mundial e membro do think tank Policy Center for the New South, Otaviano Canuto concorda sobre o potencial da matriz energética limpa nessa corrida. “O País tem enormes chances de ampliar a produção de energia limpa e pode atrair processos industriais intensivos no uso de energia.”

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