Segunda-feira, 07 de julho de 2025

Em protesto contra plano de privatização, funcionários paralisam atividades da Companhia Carris de Porto Alegre

Uma greve deflagrada nas primeiras horas desta segunda-feira (2) foi a forma encontrada por funcionários da Companhia Carris Porto-Alegrense para protestar contra o plano de privatização da empresa municipal de transporte público. À tarde, a prefeitura abrirá os envelopes com propostas de interessados no negócio, que tem lance mínimo de R$ 109 milhões.

Representantes da administração municipal e do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte de Porto Alegre (Stetpoa) participaram, na sexta (29), de audiência de mediação no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4). Um novo encontro está marcado para manhã desta segunda, a fim de deliberar sobre a legalidade do movimento.

Ficou acertado que ao menos 60% das operações da estatal serão mantidas enquanto durar a paralisação. Se o índice não for respeitado, a prefeitura promete reforçar a frota com veículos de empresas privadas.

“Vamos monitorar o serviço para que o impacto seja o menor possível à população”, declarou o titular da Secretaria  Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU), Adão de Castro Júnior. “Fizemos amplo diálogo, inclusive estendendo a todos os funcionários uma estabilidade de 12 meses, além das garantias trabalhistas, nas a proposta não foi aceita.”

O presidente do Stetpoa, Adair da Silva, também se manifestou em nome da categoria: “Os trabalhadores da companhia não concordam com a concessão. Estaremos unidos em frente à sede da Carris a partir das três horas da madrugada de segunda-feira, para lutar contra a venda da empresa pública, que tem 151 anos”.

Plano de venda

A proposta prevê a concessão à iniciativa privada por um período de pelo menos 20 anos, incluindo ações e bens como ônibus e terrenos da companhia, fundada em 1872. O processo é aberto a investidores de outros países.

Conforme edital publicado em julho, o vencedor da licitação poderá operar as 20 linhas de ônibus da empresa, que hoje representam 22,4% do sistema modalidade em Porto Alegre.

O plano foi lançado em 2021 pela atual gestão da prefeitura. Desde então, foi submetido a etapas exigidas por lei, tais como a realização de uma audiência e duas consultas públicas, além de aprovação por meio de lei municipal na Câmara de Vereadores. Também recebeu sinal-verde do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Transmitida ao vivo pelo canal da prefeitura no site de vídeos youtube.com, a sessão pública será realizada a partir das 13h30min. O local escolhido foi auditório da Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio (Smap), localizada na rua Siqueira Campos nº 1.300, 14º andar (Centro Histórico).

(Marcello Campos)

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