Quinta-feira, 05 de dezembro de 2024

Em Xangai, cresce a frustração por causa do confinamento da covid

Ao reforçar a determinação após três semanas de lockdown rigoroso, as autoridades alertaram os 25 milhões de moradores exaustos de Xangai, nesta sexta-feira (22), que seu purgatório continuará até que o vírus da covid seja erradicado bairro por bairro.

“Não tenho ideia se algum dia poderei sair novamente na minha vida, estou caindo em depressão”, comentou um usuário no Weibo da China, semelhante ao Twitter, após reportagem da agência de notícias estatal Xinhua sobre as últimas medidas anunciadas em Xangai na noite de quinta (21).

Outro usuário perguntou: “Quanto tempo isso vai durar?”

Oferecendo um vislumbre de luz, o governo da cidade disse em sua conta oficial do WeChat que as infecções estavam mostrando uma “tendência positiva” e que a vida poderia voltar ao normal em breve, desde que as pessoas seguissem regras rígidas para conter a propagação do vírus.

No entanto, alguns distritos de Xangai endureceram as restrições de movimento e, mesmo em bairros que atendiam aos critérios para que as pessoas pudessem deixar suas casas, as autoridades ordenavam que ficassem confinados, irritando famílias que sofrem com semanas de isolamento.

“Nosso objetivo é atingir zero covid o mais rápido possível”, afirmou o governo, referindo-se a uma meta de eliminar a transmissão fora das áreas em quarentena.

Quando as infecções começaram a aumentar no início de abril, quase todos em Xangai foram obrigados a ficar em casa. Como resultado, os moradores perderam renda, sofreram separações familiares e tiveram dificuldade em atender às necessidades básicas.

A nova rodada de “grandes ações” contra o coronavírus na cidade entrou em vigor já nesta sexta. Segundo o governo local, testes diários serão realizados em todo o território e mais pessoas infectadas serão transferidas aos centros de isolamento.

Autoridades pediram que as pessoas cooperem com as medidas para garantir que os progressos feitos até agora não sejam revertidos. Alguns moradores alegam que as ordens estavam sendo emitidas em massa por uma questão de velocidade e eficiência, com pouca consideração pelas circunstâncias individuais e bem-estar.

Vídeos circularam amplamente nas mídias sociais chinesas nesta semana mostrando ônibus cheios de pessoas sendo levadas para quarentena, às vezes fora de Xangai. Além disso, cidadãos têm reclamado das más instalações dos centros para onde são enviados todos os casos positivos que não requerem hospitalização.

A cidade chinesa tem enfrentado o pior surto da doença desde o início da pandemia. Pelo menos 320 mil pessoas foram infectadas pela variante ômicron desde março.

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