Segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Embaixada dos Estados Unidos no Brasil oferece 3 mil dólares para quem quer sair do país de Donald Trump

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou na última semana no X (ex-Twitter) uma mensagem em tom promocional para divulgar um incentivo temporário à saída voluntária de imigrantes brasileiros em situação irregular no país.

Com o mote típico do varejo — “oferta por tempo limitado” —, o post informa que quem optar por se “autodeportar” até o fim do ano, por meio do aplicativo oficial CBP Home, vai receber US$ 3 mil e uma passagem aérea gratuita de volta ao Brasil.

A publicação convida os interessados a “aproveitar” o benefício antes do prazo final, como parte de uma campanha do Departamento de Segurança Interna dos EUA que busca estimular a saída voluntária de imigrantes sem documentação.

“Que tal ganhar US$ 3 mil para ir embora dos EUA agora? Além de uma passagem gratuita de volta para casa, imigrantes ilegais podem se autodeportar por meio do aplicativo CBP Home até o fim do ano e receber um auxílio de 3 mil dólares. Baixe o app: https://dhs.gov/cbphome”, diz a postagem.

A estratégia amplia um programa já existente e ocorre em um momento de endurecimento das políticas migratórias, com o governo de Donald Trump reforçando tanto as deportações quanto os mecanismos para reduzir custos e acelerar o processo de retirada de estrangeiros em situação irregular.

Um ano após o início da ofensiva do presidente Donald Trump contra a imigração, construtoras da Louisiana correm para encontrar carpinteiros. Hospitais da Virgínia Ocidental perderam médicos e enfermeiros que planejavam vir do exterior. Uma liga de futebol de bairro em Memphis, no Tennessee, não consegue formar equipes suficientes porque crianças imigrantes deixaram de aparecer.

Os Estados Unidos estão fechando suas portas para o mundo, selando a fronteira, restringindo os caminhos legais de entrada e empurrando recém-chegados e residentes de longa data para a saída.

As taxas de visto dispararam, a admissão de refugiados está próxima de zero e o ingresso de estudantes internacionais caiu. A revogação de status legais temporários concedidos durante o governo Biden deixou centenas de milhares de pessoas novamente vulneráveis à deportação a qualquer momento. A administração afirma já ter expulsado mais de 600 mil pessoas.

A redução da população nascida no exterior não acontecerá da noite para o dia. A consultoria Oxford Economics estima que a imigração líquida esteja em torno de 450 mil pessoas por ano sob as políticas atuais, bem abaixo dos 2 a 3 milhões anuais registrados durante o governo Biden. A parcela da população americana nascida no exterior chegou a 14,8% em 2024, o nível mais alto desde 1890.

Mas autoridades da Casa Branca deixaram claro que o objetivo é algo mais próximo do bloqueio migratório da década de 1920, quando o Congresso, no auge de um surto de nativismo, proibiu a entrada de pessoas de metade do mundo e reduziu a imigração líquida a zero. A participação da população estrangeira caiu para 4,7% em 1970. Stephen Miller, principal assessor de Trump, exaltou essas décadas de baixa imigração como o último período em que os Estados Unidos foram uma “superpotência global incontestável”.

Independentemente de as restrições restaurarem ou não aquilo que Miller vê como um idílio do pós-guerra, é certo que grandes mudanças estão a caminho. A imigração está tão profundamente entrelaçada nas salas de aula e enfermarias, parques e salas de concerto, conselhos corporativos e fábricas que isolar o país agora alterará profundamente o cotidiano de milhões de americanos.

Supermercados e igrejas estão mais vazios em bairros de imigrantes. Menos alunos aparecem nas escolas de Los Angeles e Nova York. No sul da Flórida, a Billo’s Caracas Boys, uma orquestra venezuelana, realiza anualmente um concerto de fim de ano que reúne gerações de famílias para dançar salsa. Neste ano, o grupo anunciou de última hora o cancelamento do evento porque muitas pessoas estão com medo de sair de casa. (Com informações do jornal O Globo)

 

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