Quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Empresário oferece 3 bilhões de dólares para quem provar que a Terra é plana; candidatos precisam tirar foto da borda do planeta

O bilionário Tim Boyle, CEO da Columbia Sportswear Company, chamou atenção ao anunciar um concurso voltado especificamente aos defensores da Terra plana. Aos 76 anos, o executivo propôs que qualquer pessoa capaz de localizar a suposta “borda” do planeta e registrar o “abismo” além dela ganharia todos os ativos da companhia.

A oferta, porém, não faz parte de uma cruzada contra teorias conspiratórias. Como esclareceu o Daily Mirror, trata-se da nova campanha publicitária da marca, batizada de “Expedição Impossível”. No vídeo de divulgação, Boyle aparece caminhando pela sede da Columbia, no Oregon, e afirma que tudo — de salas de reunião a máquinas de café — pertenceria ao vencedor.

“Esta mensagem é para os defensores da Terra plana. Vocês dizem que existe um fim para o planeta. Tirem uma foto, mandem para nós e todos os ativos serão seus. Sem burocracia, sem advogados, sem pegadinhas”, declara o CEO no anúncio.

Apesar da bravata, a ciência já estabeleceu há mais de dois milênios que a Terra é redonda. A conclusão é sustentada por evidências que vão desde observações simples — como navios desaparecendo no horizonte — até imagens capturadas por satélites e missões espaciais. Ainda assim, muitos adeptos da teoria conspiratória rejeitam esses dados, afirmando que são manipulados por agências governamentais, especialmente a Nasa.

O movimento terraplanista moderno tem raízes no século XIX, quando Samuel Rowbotham publicou Astronomia Zetética sob o pseudônimo “Parallax”, defendendo que a Terra seria um disco plano. Suas ideias foram difundidas por grupos como a Sociedade Zetética Universal e, décadas depois, ganharam novo fôlego na internet.

A Columbia aproveitou essa popularidade para estruturar o desafio. Embora Boyle prometa entregar todos os bens da empresa ao vencedor, a campanha inclui letras miúdas: o prêmio real envolve os ativos da “The Company, LLC”, empresa criada pela marca para a ação e avaliada em cerca de US$ 100 mil.

Além disso, a própria Columbia estabeleceu critérios rígidos. Para ser considerada válida, a foto deve mostrar “um fim físico e visível para o planeta”, como um precipício infinito ou um vazio abissal. Penhascos comuns e ruas sem saída estão descartados. “Se forem à borda da Terra, usem Columbia. Vocês vão precisar”, brinca Boyle no vídeo.

A campanha surgiu semanas após imagens divulgadas por astronautas civis em abril reacenderem o debate entre terraplanistas. Passageiros da missão Fram2, da SpaceX, registraram a curvatura do planeta enquanto orbitavam regiões próximas aos polos — um feito inédito. O vídeo viralizou nas redes e provocou reações irônicas. “Terraplanistas em frangalhos”, comentou um usuário no Facebook.

Com humor e provocação, a ação da Columbia explora uma das teorias conspiratórias mais persistentes da internet, transformando-a, ao menos por agora, em estratégia de marketing.

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